Distorção na interpretação de pensamentos e ideias, ter visões ou ouvir vozes que não existem, isolamento e perda da capacidade cognitiva. Estes são os sintomas mais frequentes que caracterizam a esquizofrenia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Psiquiatria (ABP), o transtorno mental acomete em torno de 1% da população mundial. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença é a terceira causa de perda da qualidade de vida na faixa entre 15 e 44 anos.
Apesar de a frequência ser igual para ambos os sexos, a doença pode aparecer mais tardiamente em mulheres. “Quando a pessoa tem uma crise, a principal característica envolve a alteração de percepção dos pensamentos, sintomas psicóticos. Para ser considerado esquizofrenia, em primeiro lugar precisa ter as características, os tipos de sintomas, e em segundo lugar, precisa ter a questão da duração ou repetição de crises. Ou seja, a crise estar durando mais de 30 dias ou seis meses, ou porque já aconteceu no passado e está acontecendo de novo”, explica o médico especialista em psiquiatria, Wagner Gesser.
CAUSAS
Apesar de teorias sobre as causas que levariam ao aparecimento da doença, ainda não há comprovações. “Não existe cura, principalmente porque não se sabe exatamente o que faz acontecer [a esquizofrenia]. Sabemos que há fatores que influenciam, e eu diria que são, principalmente, dois: a carga genética e fatores ambientais”. explica Gesser.
Tomemos como exemplo um indivíduo que apresenta carga genética favorável ao mal. Se de repente ele sofre uma mudança brusca – como sair de uma cidade pequena para uma cidade grande – a doença pode se manifestar devido a uma condição de estresse. “O estresse, na realidade, é o indutor de vários problemas na saúde mental”, sintetiza.
CONSEQUÊNCIAS
O especialista afirma que quando não tratada, a esquizofrenia pode acarretar em sérios prejuízos ao paciente. “A cada nova crise, o problema vai ficando pior. Antes de 1950, quando não havia medicamentos, a tendência natural, depois de uns dez ou 15 anos, era a pessoa ficar muito comprometida. Há pessoas que têm crises e duram uns dias, algumas semanas ou até alguns meses. Quanto mais acontece, maiores são os prejuízos. O fato de ter esquizofrenia não quer dizer que a pessoa está condenada para o resto da vida. Depende, sim, do quanto o paciente é afetado e quão bem é tratado, medicado. O principal é a prevenção”, garante.
(Diário do Pará)
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