Ter próprio negócio é um sonho dos brasileiros

Para a produtora rural Itamara Mendonça, da Agrofrutas, de Paragominas, o prêmio na categoria veio coroar a dedicação de quem começou pequeno e que hoje chega a processar, em média, três mil quilos de polpa de frutas ao mês. “O Sebrae me ajuda na parte administrativa, boas práticas, manipulação de alimentos, embalagens e tudo isso conta muito para o sucesso da empresa”, diz Itamara, que processa polpas de acerola, maracujá, goiaba, entre outras, desde o plantio, passando pela colheita, processamento e entrega.

O mesmo diz a comerciante Cleide Cavalcante, que comercializa botijões de gás no município de Dom Eliseu e foi vencedora na categoria Pequenos Negócios. O diferencial da empresa de Cleide é justamente não se limitar à entrega da mercadoria, mas ir além. “Verificamos o registro, a mangueira, damos dicas, anotamos a data de entrega para que o cliente saiba quanto tempo dura cada botijão e trabalhamos a sustentabilidade no nosso bairro”, relata a empreendedora. Segundo Cleide, seu trabalho não é somente entregar um produto, mas cuidar do meio ambiente, oferecer dicas de prevenção à dengue, reposição de árvores e trabalhar o conceito de sustentabilidade com toda a sociedade.

Para o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae no Pará, Fernando Yamada, os casos premiados vão muito além da notícia e servem de aprendizado e de inspiração. “A dona Cleide não vende gás, ela vende soluções, segurança e confiabilidade”, disse.

Outro dado revelado pela pesquisa realizada pelo Sebrae Nacional mostra que ter o seu próprio negócio continua sendo o terceiro maior sonho do brasileiro. Mas, pela primeira vez, o número de pessoas que almejam se tornar o seu próprio chefe é praticamente o dobro das que desejam fazer carreira numa empresa. Enquanto 31% dos brasileiros querem montar um negócio, 16% querem crescer dentro de uma empresa. Os primeiros sonhos dos brasileiros são: comprar a casa própria (42%) e viajar pelo Brasil (32%). “Se durante o ano, um trabalhador autônomo consegue faturar por mês R$ 5 mil, é possível que ele se autopromova dentro do próprio negócio e se torne um microempreendedor individual”, revela o especialista em legalização de empresas Telmon Oliveira.

O especialista orienta os profissionais que tenham uma renda anual de, no máximo R$ 60 mil, a se tornarem MEI. “O profissional tem CNPJ. Tem personalidade jurídica. É um profissional autônomo com um nível acima. Todas as obrigações contraídas com o CNPJ são de responsabilidade da pessoa física.”

“Em caso de doença ou licença maternidade, os direitos são todos garantidos”, lembra Telmon Oliveira. Para isso, existem taxas fixas pagas mensalmente como o INSS de R$ 36,20, com acréscimo de R$ 5,00 para os prestadores de serviço ou R$ 1,00 para os profissionais do comércio e indústria. Os pagamentos são feitos por intermédio de um carnê emitido no Portal do Empreendedor.

Segundo o especialista, é mais vantajoso ser MEI, que trabalhar de forma autônoma. “O autônomo exerce uma atividade sem o vínculo empregatício. O risco da atividade é por conta dele”, informa. Oliveira demonstra, de forma simplificada, como é fácil se tornar um micro empreendedor individual: “Você entra no portal do empreendedor, faz a inscrição, fornece os dados pessoais e endereço de atuação. Depois, é transmitida a solicitação a junta comercial e a Receita Federal gera o CNPJ e confirma a solicitação. Você não paga nada no momento da abertura. Paga apenas o imposto físico após a criação. Depois disso, o empreendedor tem que comparecer à prefeitura e informar a inscrição e obter as licenças e autorizações para exercer a atividade total”, conclui Telmon Oliveira.

(Diário do Pará)