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Que tal uma casquinha de pupunha?

A pupunha (Bactris gasipaes Kunth) faz parte da lista de alimentos preferidos dos paraenses. Cozida e muito apreciada com um café quente, a pupunha pode ser comprada nas feiras ou no trânsito, quando vendedores ambulantes aproveitam o engarrafamento para

A pupunha (Bactris gasipaes Kunth) faz parte da lista de alimentos preferidos dos paraenses. Cozida e muito apreciada com um café quente, a pupunha pode ser comprada nas feiras ou no trânsito, quando vendedores ambulantes aproveitam o engarrafamento para oferecer a iguaria.

É comum ouvir reclamações do tipo “essa pupunha tá muito seca”, “essa não é da boa” quando o freguês se depara com uma determinada variedade do fruto. O tipo Vaupés, por exemplo, apresenta uma pupunha de polpa mais seca, com menor teor de lipídios, ou seja, é menos gordurosa do que a pupunha tradicional. Por não agradar a maioria dos consumidores, o tipo Vaupés tem um valor comercial inferior.

O que poucos sabem é que essa variedade do fruto apresenta um elevado valor nutricional. Provitamina A, compostos bioativos, fibra, selênio são alguns dos elementos encontrados em sua composição. A riqueza pouco conhecida desse tipo de pupunha fomentou pesquisas que trouxessem um novo mercado de produção e consumo para o fruto.

Foi assim que Marlia Barbosa Pires elaborou a Dissertação Obtenção de farinhas de pupunha (Bactris gasipaes Kunth) para aplicação no desenvolvimento de produtos, orientada pelos professores Antônio Manoel da Cruz Rodrigues e Luiza Helena Meller da Silva. A pesquisa foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA), do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará.

O estudo apropriou-se das características dessa pupunha com maior teor de amido para a elaboração de farinhas que pudessem ser utilizadas sozinhas ou como complemento na formulação de novos produtos. “O estudo apresenta as propriedades que são consideradas visando à aplicação industrial da farinha, além de demonstrar em quais produtos ela poderia ser utilizada e as possibilidades de obtermos um resultado positivo”, explica Marlia Pires.
Desdobramento da pesquisa gerou novos produtos

Os estudantes pesquisadores Paulo Chada, Marlia Barbosa Pires e Yasmin Nóvoa (Foto: Adolfo Lemos/UFPA)

A pesquisadora diz haver estudos que demonstram o uso da farinha da pupunha na formulação de mingau para merenda escolar. Esse complemento teria melhorado a carência de Provitamina A dos alunos, já que há um déficit dessa vitamina na Região Amazônica. Marlia Pires também cita estudos que apontam a farinha da pupunha como coadjuvante na ação de medicamentos que combatem essa deficiência nutricional.
Durante as análises, as farinhas foram processadas, no laboratório, de várias maneiras: com e sem cozimento e com e sem casca. A prioridade das análises estava nas propriedades tecnológicas apresentadas, tais como, capacidade de absorção de água e absorção de óleo, capacidade emulsificante, viscosidade e capacidade de gelatinização do amido.

Segundo a pesquisadora, esses fatores determinam o comportamento da farinha em diferentes produtos. “Avaliando todas essas características, determinou-se, a partir desses estudos, que os produtos mais adequados para a utilização da farinha da pupunha, independente do tratamento, seriam os produtos de panificação”, afirma.

(Crédito: Adolfo Lemos/UFPA)

Muito além do que se imagina

Pães, bolo, panetone, sopa e mingau são alguns dos produtos que poderiam ser formulados tendo a farinha de pupunha como ingrediente.

Como a pesquisa foi desenvolvida em parceria com o Centro de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sob orientação da professora Edna Regina Amante, parte dos experimentos foi realizado na UFPA e parte, na UFSC.

A dissertação defendida por Marlia Pires fomentou outros estudos, como o Trabalho de Conclusão de Curso da graduanda em Engenharia de Alimentos Yasmin Nóvoa. A estudante desenvolveu um macarrão a partir da farinha da pupunha. Assim como a farinha, a massa também não apresenta glúten em sua composição, uma característica que poderá atender uma parcela de consumidores diferenciada.

“Esse é um mercado pequeno, mas comercializa para pessoas preocupadas com a alimentação, que buscam produtos que tragam benefícios, seja do ponto de vista nutricional, seja do ponto de vista fisiológico. Hoje, já existe um grupo bem seletivo que investe nisso”, avalia o professor Antônio Manoel.

Casquinha tem o mesmo sabor que a tradicional

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