A comissão de Saúde da Câmara Municipal de Belém irá elaborar um documento denunciando ao Ministério Público Estadual e Federal a precariedade das Unidades Municipais de Saúde da capital, após constatar problemas nas estruturas prediais, assim como armazenagem incorreta de medicamentos, macas e cadeiras enferrujadas e falta de equipamentos. Até o momento, a comissão percorreu três unidades de saúde.
Ontem pela manhã, a comissão formada pelos vereadores Marinor Brito, e Francisco Almeida (Dr. Chiquinho), do Psol, e Sandra Batista (PCdoB), visitou a UMS do Guamá, após receber diversas denúncias da comunidade.
Cada parte do posto foi inspecionada e vários problemas foram encontrados. “A sala de curativos está em situação precária e contaminada. Não há material para esterilização. Existem materiais encaixotados. Estes materiais deveriam estar alocados no almoxarifado para armazenagem. A maca está enferrujada e o ventilador também”, declarou Chiquinho.
Os parlamentares notaram ainda que muitas salas de atendimento ainda não possuem ar condicionado. Na sala de enfermagem, onde são atendidos os pacientes com hanseníase e tuberculose, o calor é forte.
“O espaço não é climatizado e reúne aqui dois tipos de pacientes, com doenças consideradas infectocontagiosas e eles precisam de um atendimento diferenciado”, afirmou a vereadora Marinor Brito.
No posto da farmácia, a comissão verificou que a insulina não está armazenada de forma adequada. A geladeira onde ficam os medicamentos, que precisam estar em uma determinada temperatura é bastante antiga.
“Segundo a funcionária, o mais grave é o armazenamento da insulina, porque a geladeira não tem a temperatura adequada”, relatou Maninor.
Nos corredores, as cadeiras estão completamente quebradas, sem condições de qualquer pessoa sentar. Para suprir a necessidade, algumas carteiras escolares estão no local e até mesmo um banco de praça serve de banco de atendimento. E não há aparelho de aerossol há alguns anos.
No canto do corredor, eles flagraram um objeto chamado hamper, que é utilizado para guardar roupas e toalhas hospitalares usadas. Neste caso, além de estar em lugar impróprio, o hamper deveria ter o cesto em tecido, mas a precariedade é tanta, que um saco de lixo substitui o tecido. O “quintal” da unidade também está cheio de mato alto e com bueiro aberto.
A comissão foi pega de surpresa ao saber que o gerente da Unidade do Guamá não é da área da saúde, é sim da área empresarial.
“O prefeito Zenaldo Coutinho, de forma proposital está colocando um profissional não qualificado para a área de saúde. A situação é de descaso com a população”, alegou Dr. Chiquinho.
Diante da avaliação realizada pela comissão no local, e das demais visitas que serão realizadas nas outras unidades de saúde municipais, o objetivo é formular um relatório para cobrar as soluções para as unidades.
“Vamos providenciar um relatório, que deverá ser entregue ao secretário de Saúde, ao Ministério Público Estadual e Federal e nos próximos passos vamos nos manifestar para cobrar as devidas melhorias para a saúde pública”, afirmou Marinor.
MARAMBAIA
Segundo Dr. Chiquinho, outros problemas foram achados na unidades já visitadas pela comissão. “Na Marambaia, constatamos, além da falta de insumos e materiais, que a sala de raio x não estava funcionando, porque não foi feita a devida ligação elétrica. A sala de curativos não tem ar condicionado também porque a parte elétrica não foi instalada da maneira correta. No Tapanã, é um absurdo. Tem o aparelho de raio x novo, mas não tem o profissional para manuseá-la. Constatamos que o profissional foi transferido para outra unidade quando não havia o aparelho aqui”, contou Dr. Chiquinho.
A assessoria da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) foi procurada pela reportagem, mas não deu retorno.
(Diário do Pará)
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