Alunos da Olga Benário fazem protesto na CMB

Professores e alunos da Escola Municipal Olga Benário, no bairro de Águas Lindas, ocuparam, na manhã de ontem, a galeria da Câmara Municipal de Belém (CMB).

Cartazes expostos à vista dos vereadores no plenário traziam frases como: “Prefeito, não esquece que em 2016 o sr. precisará dos nossos votos”, “Cansamos de pisar na lama, temos direito a uma escola digna”.

O protesto mostrava a insatisfação por causa das condições da escola, que desde o início de março teve as aulas suspensas por conta dos constantes alagamentos.

A líder comunitária, Lene Soares, 43 anos, conta que 900 crianças foram dispensadas das aulas, pelo menos, até o período de chuva passar.

“Nós já tentamos com a prefeitura e nada. As salas alagam, não tem como estudar. Quando chove dá cobra, mosquito, o esgoto transborda. Nós só sairemos daqui com resposta”.

Ludivaldo Cardoso Barata, 33 anos, diz que a filha dele pegou dengue na escola devido ao acúmulo de água. “Minha filha passou duas semanas com dengue. Uma vez eu cheguei lá na escola e a minha filha estava em uma cadeira. O chão tava todo alagado. Umas pessoas da saúde fizeram vistoria lá e identificaram cinco tipos de dengue. No dia que eu encontrei o Zenaldo, ele disse que ia começar a reforma da escola, tem 10 dias atrás”.

PREJUÍZO

Lecionando há três anos na Olga Benário, a professora Roseane Monteiro, 33 anos, relata que, por conta da falta de aula, todo o conteúdo está atrasado.

“Isso já é um problema que se estende. Os alagamentos são em todas as salas. Não tem condições, a gente tem que esperar a chuva parar pra trabalhar. Atrasa todo o conteúdo porque as crianças adoecem, os professores adoecem. Suspendemos as aulas e a gente não consegue cumprir e suprir o conteúdo”.

Há dois dias a vereadora Marinor Brito (PSol) apresentou para votação um requerimento que solicita a ida a CMB do secretário de Saneamento de Belém.

O objetivo é esclarecer as medidas que serão tomadas para sanar a situação de alagamento em toda a cidade. A votação do pedido não ocorreu novamente. Desta vez, porque os vereadores decidiram encerrar a sessão ordinária mais cedo por causa da morte de um servidor da casa.

Da tribuna, o diretor da escola, Edson Mota, reclamou da falta de apoio por parte dos políticos. “Coletamos dinheiro para conseguir um ônibus para vir aqui. É um direito nosso. Nossas escolas inundam todos os dias. Professores e alunos vão para casa. Não acredito que nenhum vereador daqui saiba o que estamos passando. As fossas estão transbordando e nós temos que estar lá trabalhando. É triste. É tão difícil pedir apoio de todos vocês”. Ficou acertado que a Comissão de educação da CMB fará uma fiscalização na escola, na próxima terça-feira.

A Secretaria Municipal de Educação (Semec) foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.

(Diário do Pará)