Ocupação na escola Tiradentes II continua

Alunos, ex-alunos, professores e pais continuam ocupando a área interna da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Tiradentes II, como forma de protestar contra a decisão judicial que determinou a devolução do prédio, que é alugado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), ao proprietário.

A comunidade escolar diz que os estudantes estão sendo orientados a comparecer hoje na Escola Estadual Orlando Bittar para reiniciar os estudos, mas que não concorda com esta mudança.

Os manifestantes prepararam um documento que deverá ser entregue hoje ao juiz que determinou a desocupação do prédio na última quinta-feira, para pedir que a decisão seja revista.

O professor da instituição, Paulo Roberto Fernandes afirmou que ficou acordado na reunião ocorrida na última sexta-feira com a Seduc que os alunos deveriam permanecer frequentando a escola Tiradentes II - que desenvolveu uma programação cultural em todos os turnos enquanto estiver ocorrendo o processo de negociação- e que não seriam remanejados para a Escola Orlando Bittar, localizada em outro bairro da cidade.

“A seduc garantiu, com pais de alunos, que a programação irá continuar aqui e já estamos sabendo que muitos estão sendo orientados a comparecerem amanhã (hoje) no Orlando Bittar”.

APOIO

Trabalhando há 9 anos como porteiro no Tiradentes II, Alan Miranda continua dando apoio aos alunos que entram no prédio durante este período. Ele tem uma filha que cursa o 7º ano na instituição e faz revezamento com outro colega para assumir a portaria da escola.

Para ele, são vários os problemas em remanejar os alunos para outra instituição de ensino. “Fui pego de surpresa, a escola tem uma história boa, professores bons e agora eles que escolhem onde os alunos vão ficar”, contou.

Ex-alunos do Tiradentes II também estão prestando apoio aos demais colegas. “Nós somos crias daqui, a maioria estudou da 5ª ao 3º ano e sabemos o quanto é importante esta escola. O nosso governador não favorece a educação porque ele não vê como retorno financeiro, é um retorno social. É muito fácil remanejar mais de 700 alunos e dever 20 meses de aluguel e não ter dinheiro para investir na educação, mas ter para dar uma nova secretaria para a filha”, falou Thais Mercês, estudante de pedagogia da Universidade Federal do Pará.

Segundo matéria publicada no site da Agência Pará a Seduc diz que “trabalha para reverter a decisão judicial que impede o funcionamento da escola em prédio alugado pela secretaria”.

(Diário do Pará)