Ophir Loyola não tem remédio para câncer

A dona de casa Izabel Coelho Valente, 62 anos, está com câncer de mama há um ano. Ela faz tratamento no hospital Ophir Loyola (HOL), porém, na instituição que é referência de câncer no Estado do Pará, não tem o medicamento Gemzar, para quimioterapia, um dos principais métodos contra a enfermidade, feito através de compostos químicos.

A família da paciente teme que o tumor cresça e consequentemente a doença piore, já que não é tratado adequadamente há dois meses e 15 dias.Na manhã de ontem, a autônoma Adriana Valente, filha de Izabel, entrou em contato com o DIÁRIO, e contou o drama que a família está vivendo.

“Minha mãe faz tratamento contra o câncer no Ophir, mas há dois meses a médica achou necessário que ela parasse de fazer a quimioterapia, porém, ela ficou mais fraca, e piorou”, disse.Vendo a mãe debilitada, a autônoma resolveu levar a paciente novamente ao hospital, mas ao chegar no local, teve uma surpresa.

Ela voltou para casa sem se quer fazer nenhuma seção de quimioterapia. “Chegamos no Ophir e a médica disse que ela deveria voltar com o tratamento, mas, disseram que não tinha o medicamento para a quimioterapia, e, mandaram ela aguardar em casa. Estamos há quinze dias esperando, e nada de chegar o remédio no hospital”, lamentou.

Com a paciente em casa, a família procura por uma resposta do HOL. Entretanto, eles são recebidos sempre com a mesma resposta. “Ligamos todos os dias para o hospital, mas, os atendentes sempre dizem que não tem. Quando é uma enfermeira legal, ela ainda passa informação, mas tem alguns homens que só fazem dizer que não tem nada. Esses dias eu falei com um farmacêutico, e pedi para ele o telefone da chefe. Liguei pra ela, e foi muito atenciosa. Ela me disse que o problema é com a empresa que fornece o medicamento, e não com o hospital”, contou Adriana.

Com a falta do medicamento, a filha teme que o pior aconteça. “Com a quimioterapia minha mãe melhorou muito, o tumor diminuiu bastante, agora sem fazer o tratamento, temos medo que ele volte a crescer. Ela ainda não fez a cirurgia, então a quimioterapia é o único tratamento que ela usa. O câncer já está em estado avançado, por isso que estamos preocupados. Minha mãe não é a única que está precisando, sabemos que tem outras pessoas que estão na mesma situação que ela”, concluiu Adriana.

Em nota, o hospital Ophir Loyola informou que o fornecedor do medicamento Gemcitabina (nome científico) já recebeu empenho que garante o pagamento e obriga a entrega do quimioterápico, mas está descumprindo com o prazo legal de entrega. O HOL ressalta que a Diretoria Técnica já tomou as medidas necessárias para solucionar a entrega do fármaco.

(Diário do Pará)