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Praias do Pará em estado de alerta

Nas últimas semanas, o fenômeno conhecido como erosão, que na nossa região é característico do período de inverno amazônico, causou destruição em diversos balneários paraenses. Entre as localidades atingidas estão a Praia do Caripi, em Barcarena, Ajuruteu

Nas últimas semanas, o fenômeno conhecido como erosão, que na nossa região é característico do período de inverno amazônico, causou destruição em diversos balneários paraenses. Entre as localidades atingidas estão a Praia do Caripi, em Barcarena, Ajuruteua, em Bragança, e a Praia de Brasília, em Outeiro, o que fez acender um alerta da Defesa Civil e prefeituras locais, já que neste mês de março devem ter marés mais altas e ainda mais fortes.

As áreas afetadas permanecem sob constante monitoramento por parte dos órgãos.De acordo com o pesquisador do Programa de Estudos Costeiros (PEC), integrante da Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), o geólogo Amilcar Carvalho Mendes, essa é uma movimentação natural da maré e as construções, tanto residenciais, comerciais, quanto de estradas, foram erguidas em áreas que há algumas décadas eram ocupadas pelo mar.“Está havendo uma movimentação natural dos canais dos rios e as planícies de inundação desses rios foram ocupadas com o passar dos anos. Este é um processo natural que o rio faz. Se não tivesse ninguém ocupando esses locais, haveria erosão, mas ninguém seria afetado. No caso de Ajuruteua e Salinas, são praias oceânicas. O vento sopra o ano todo, vindo do Nordeste, e as ondas chegam de frente, então chegam bastantes fortes e a praia mais baixa é mais atingida. É possível identificar cicatrizes da década de 70 nessas áreas que hoje são ocupadas”, explica. Já nas praias do Caripi, Mosqueiro e Outeiro, o que ocasiona a erosão é a força da corrente da maré, segundo o especialista. “As correntes das marés sobem e descem da vazante.

O canal do rio, a parte mais funda, quanto mais próximo da margem, concentra correntes mais fortes e projeta a força para cima da margem. No Caripi, é mais forte ainda devido à curva que o rio faz, porque a corrente bate na margem e sai levando tudo. O que tem que ser feito agora é uma contenção na encosta, pois as águas de março e setembro são maiores.

A força gravitacional das marés são bem mais fortes e o estrago será maior”, garante.Para o pesquisador, é necessário se fazer uma parceria entre o poder público e especialistas das mais diversas áreas para a realização de um estudo e elaboração de projetos visando o zoneamento para definir quais áreas poderiam ser ocupadas e quais são as de risco. “A praia é um bem de domínio público, mas é preciso estabelecer disciplina baseada na dinâmica do meio ambiente. São necessários estudos técnicos nas áreas como a de geociências, oceanografia, engenharia. O maior problema é que a gente é cobrado para fazer trabalho de academia, mas não para a gestão. O poder público não procura a academia e vice-versa”, disse.

Amilcar Carvalho explica que obras paliativas não resolvem o problema, por isso, deve ser feito o zoneamento ecológico e econômico da zona costeira, que concentra quase metade da população do Estado em uma área que corresponde a menos de 10% da extensão do Pará. “Dentro do gerenciamento costeiro estadual, tem que haver os planos municipais. Não há o suporte para se fazer estudo. É preciso fomentar a aproximação da academia com o governo do Estado para buscar soluções compartilhadas. No Pará estão as maiores marés do Brasil. O impacto é muito mais forte aqui do que em qualquer outra parte do país”, conclui.

(Diário do Pará)

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