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Belenenses se tornaram passageiros da agonia

Uma atividade rotineira para muitos trabalhadores e passageiros de Belém tem se tornado um risco cada vez maior. Andar de ônibus na capital paraense hoje é uma roleta russa, devido aos constantes assaltos e até assassinatos dentro dos coletivos em toda a

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Uma atividade rotineira para muitos trabalhadores e passageiros de Belém tem se tornado um risco cada vez maior. Andar de ônibus na capital paraense hoje é uma roleta russa, devido aos constantes assaltos e até assassinatos dentro dos coletivos em toda a região metropolitana. De acordo com o Sindicato dos Rodoviários, de novembro a fevereiro, ocorreram 280 casos de violência a bordo destes transportes. A entidade aponta também que pelo menos 12 assaltos são cometidos a cada semana.

“A situação dos assaltos aqui em Belém nos ônibus está a cada dia mais complicada. Não temos a quem recorrer. Não são apenas os rodoviários que ficam em uma situação de risco, os usuários também. Toda a população que precisa desse transporte tem medo”, desabafa o diretor do Sindicato dos Rodoviários Executiva Belém, Edilberto Robson Ventania.

De acordo com Ventania, não existe hora nem local considerado de maior risco. “Na Grande Belém, em todos os bairros e horários corremos risco de ser assaltados. É claro que existem alguns pontos que estão mais suscetíveis que outros, devido à falta de policiamento. Mas, no geral, em qualquer lugar estamos inseguros, com medo”, explica.

Motoristas, cobradores e passageiros convivem com o medo e insegurança diariamente nos coletivos. Foto: Arquivo/Diário do Pará

Apenas no período da sexta-feira de Carnaval, 13, ao início da terça-feira gorda, 17, o sindicato recebeu seis denúncias de assaltos dentro dos ônibus em Belém. Em um deles, duas pessoas morreram e outra foi atingida. Em outro caso, houve reféns. “Está demais. Em dias de feriados e fim de semana, o cuidado deve ser redobrado. Com pouco movimento na cidade, os criminosos aproveitam para fazer a ‘limpeza’ nos coletivos e, assim, eles acabam matando inocentes e trabalhadores”, ressaltou.

“A população não deve se acomodar, temos que cobrar da polícia, do governo, pois temos o direito à segurança”, afirmou.

MEDO

Aos 24 anos, a estudante Karine Negrão já ouviu muitos casos de assalto nos coletivos. “Minha mãe e meu irmão já foram vitimas. Eu tenho muito medo. Hoje (ontem) eu só vou sair porque estou acompanhada. Não podemos vacilar”, disse.

Uma dona de casa que preferiu não ser identificada mora no bairro do Marco e não teve a mesma sorte que a estudante Karine. Ela já presenciou dois assaltos em coletivos na região metropolitana. “Eu só ando de ônibus porque sou obrigada. Se não fosse por isso, com o medo que eu tenho, não entraria mais em nenhum”, explica.

Com o trauma, a dona de casa tem medo de qualquer pessoa que se aproxima dela. “Sei que não é certo, mas, se eu vejo um homem estranho, ou até mesmo uma mulher, eu já tenho medo e me afasto. A primeira vez que eu fui assaltada estava indo para o trabalho, em Marituba. O ônibus estava com todos os passageiros sentados e dois homens entraram armados, anunciaram, mostraram a arma na cintura e levaram tudo”, lembra.

MORTES

Na noite da última segunda-feira (16), duas pessoas morreram após uma tentativa de assalto dentro de um ônibus no bairro da Pratinha. Dois homens entraram no coletivo e anunciaram o assalto. Um policial que estava a paisana reagiu e atirou contra os acusados. Um morreu na hora e outro ficou gravemente ferido, com um tiro na barriga.

Um passageiro identificado como Reginaldo Silva, 58 anos, também levou um tiro e morreu na hora.

GOVERNO, DE NOVO, SÓ FICOU NA PROMESSA

A insegurança que assola os rodoviários de Belém e região metropolitana já foi pauta de uma reunião na Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), em julho de 2014. Os trabalhadores dos transportes públicos reivindicaram pontos importantes para garantir mais segurança dos usuários e da classe nos finais das linhas e dentro dos coletivos.

A conversa entre o Sindicato dos Rodoviários de Ananindeua e Marituba (Sintram), o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Pará (Strepa), representantes da Polícia Militar e a Segup, foi motivada após o assassinato do cobrador de ônibus Jhonny Siqueira, 27 anos, morto dentro do ônibus da linha Icuí/Ver-o-Peso, durante um assalto.

As câmeras de segurança dos coletivos registram diversos casos de violência diariamente. Foto: Reprodução/Youtube

Na época, os rodoviários afirmaram que no primeiro semestre de 2014 foram registrados 375 assaltos na Grande Belém. Os crimes deixaram 6 rodoviários mortos, sendo 2 na capital e 4 em Ananindeua. Durante a reunião, os rodoviários entregaram um documento ao secretário de segurança, pedindo para que fossem realizadas blitz nos finais das linhas de ônibus, localizadas nos pontos mais críticos da cidade; contato direto com a Polícia Militar; policiamento ostensivo e atento aos sinais luminosos dos ônibus, assim que os motoristas suspeitarem de alguns passageiros.

NOTA

Em nota, a assessoria de comunicação da Polícia Militar informou que são feitas operações em parceria com outros órgãos da segurança pública para fiscalizar por meio de barreiras policiais e outras ações de prevenção, veículos particulares, alugados e coletivos com o objetivo de reprimir a criminalidade e proporcionar segurança a população. A PM solicita ainda que a população informe características e paradeiro dos criminosos através do telefone 181 e no caso de emergência, ligar para o 190.

(Diário do Pará)

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