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POLÍCIA

Presídio registra 1600 fugas em apenas um ano

A Penitenciária Agrícola de Santa Izabel, ex-“Heleno Fragoso” – o nome foi mudado a pedido de familiares do famoso jurista brasileiro – parece uma porteira aberta, de onde presos de justiça fogem a hora que bem entendem, tamanha a facilidade que encontram

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A Penitenciária Agrícola de Santa Izabel, ex-“Heleno Fragoso” – o nome foi mudado a pedido de familiares do famoso jurista brasileiro – parece uma porteira aberta, de onde presos de justiça fogem a hora que bem entendem, tamanha a facilidade que encontram. Por ano, segundo revela o promotor de justiça Wilson Brandão, que atua nas execuções penais, são 1.600 fugas, o que dá a média de 120 escapadas por mês, ou quatro por dia. É um número assustador, capaz de roubar o sono de uma população que, diariamente, se vê à mercê de foragidos perigosos, homicidas, assaltantes à mão armada, estupradores e traficantes de drogas.

Eles deveriam estar na cadeia, cumprindo suas penas sob sistema de vigilância. Mas, com tantas facilidades, ganham as ruas ou delas retornam para dentro do presídio com a mesma desenvoltura com que trocam de camisa. Mesmo com a fama não à toa de nossas penitenciárias serem considerados sucursais do inferno, a ex- “Heleno Fragoso” parece exceção e deveria se encaixar na categoria de casa de hospedagem de luxo.

Brandão conta uma cena curiosa por ele testemunhada recentemente: “Eu estava deixando a penitenciária, após haver cumprido uma das minhas inspeções quando vi um grupo de 15 presos saindo tranquilamente, com mochilas nas costas. Perguntei o que era aquilo e me responderam que os presos saíam e voltavam à penitenciária a hora que quisessem”. E com um detalhe: ao retornar à cadeia, eles traziam bebidas e drogas para consumi-las sem problemas em seus alojamentos.

Essa é uma realidade que, na avaliação do promotor, precisa mudar com urgência. Se há presos que retornam ao presídio nessas saídas corriqueiras – obviamente favorecidos por uma segurança no mínimo conivente -, muitos aproveitam e resolvem fugir de vez. O pior é que, quando recapturados, em vez de retornar à penitenciária, eles vão diretamente para as seccionais ou centros de triagem, engrossando ainda mais as já abarrotadas cadeias de presos provisórios.

Os 1.600 presos foragidos, ainda de acordo com o promotor Wilson Brandão, escaparam durante o ano de 2013. Os números fecharam em dezembro daquele ano e foram fornecidos ao promotor pela própria direção da penitenciária. Em resumo: são números oficiais, não foram inventados. É uma estatística extraída de cruel realidade. E preocupam ainda mais quem paga para ter segurança pública e quem fiscaliza as cadeias.

Parece que esses números oficiais de 2013 já teriam sido superados em 2014. Brandão mostrou os números de janeiro a junho do ano passado. Nesses primeiros seis meses, 888 presos fugiram daquela penitenciária. O levantamento de julho a dezembro ainda não foi concluído, mas se a média de fugas foi mantida, e nada foi feito para impedi-las, o sistema penal pode ter batido seu próprio recorde negativo. Um triste recorde.

SEM CONTROLE

Em contato com o DIÁRIO, um ex-agente prisional que trabalhou na colônia foi enfático: “Ali é casa da mãe joana. Não se sabe quem é preso e quem é policial. É um entra e sai de presos a toda hora, sem falar nos que saem pela mata e nunca mais voltam. Todas as autoridades sabem disso, mas não fazem nada, porque não interessa fazer”. Segundo o ex-agente, a bebedeira e as drogas correm soltas.

“Tem uma ala lá dentro que é um paraíso. Os presos trazem cachaça, maconha e outras drogas da rua e fazem a festa, com muita arruaça. E nem a polícia entra lá. Aliás, os policiais fingem que não estão vendo nada. Até propina rola”, denuncia.

Os moradores da Vila de Americano, onde a penitenciária está localizada, também denunciam que há presos que fogem para assaltar e cometer várias espécies de crimes, deixando as famílias da região apavoradas. “Nós já fizemos abaixo-assinados, mandamos cartas para o governo, secretário de segurança, mas parece que nossas aflições e nosso medo entram por um ouvido e saem por outro dessas autoridades”, relatou Antonio Ferreira. Um vizinho dele, de prenome Edgar, relatou que as ameaças são constantes por parte de alguns presos. “Um deles chegou a me dizer que cagueta não morre, explode, referindo-se aos que denunciam as facilidades e as fugas constantes na antiga “Heleno Fragoso”.

(Diário do Pará)

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