Médicos ameaçam paralisar atividades

Os médicos que prestam serviços para o Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Pará (Iasep) podem paralisar as atividades por falta de pagamento. Segundo o Sindicato dos Médicos do Estado do Pará (Sindmepa), o Iasep estaria em falta com o pagamento dos salários dos médicos e demais prestadores de serviços na área da saúde há cerca de sete meses.

Na próxima semana, a Comissão Estadual de Honorários Médicos do Pará, formada por três membros do Sindmepa, três membros do Conselho Regional de Medicina do Pará e mais três da Sociedade Médico Cirúrgica do Pará, deve encaminhar um documento solicitando uma reunião com os representantes do Iasep para tratar sobre o assunto.

“Estamos tentando saber o que está acontecendo com o Iasep, pois eles recebem verbas dos servidores públicos e do próprio governo do Estado, em uma proporção maior que, aliás, é uma verba desviada, já que deveria ir para o SUS (Sistema Único de Saúde). Além de estabelecerem uma série de limites de cotas para exames e consultas, estão há mais de sete meses sem pagar os seus prestadores de serviços. Quando alguém pergunta, eles dizem que não têm previsão”, afirma o diretor administrativo do Sindmepa, João Gouvêa.

Gouvêa disse ainda que a recomendação do sindicato é para que os médicos e os demais profissionais suspendam os atendimentos até que a situação seja regularizada. “Algumas especialidades já estão deixando de atender, pois os colegas já estão tendo dificuldades para manter por estarem sete meses sem receber. O Iasep compra serviços de laboratórios, clínicas e hospitais e esses locais estão reclamando dos atrasos nesses pagamentos e, com isso, não podem repassar para os médicos e os demais profissionais”.

SALÁRIOS

Além dos salários atrasados, a categoria dos médicos reclama ainda da falta de atualização dos valores pagos aos profissionais. Segundo o Sindmepa, levando em consideração o parâmetro estabelecido pela Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos, os salários pagos pelo Iasep estariam mais de dez anos defasados.

“Dependendo da negociação com Iasep, vamos fazer uma assembleia com os colegas para deliberar sobre o que será feito. O objetivo não é causar prejuízo, o objetivo é que os médicos não sejam prejudicados”, declara Gouvêa.

RESPOSTA

Em nota, o Iasep diz que as empresas de saúde que prestam serviços ao Iasep estão atendendo normalmente. “Não há no Instituto nenhuma solicitação de descredenciamento ou ‘ameaça de paralisação’”.

Diz ainda que “o Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (Siafem) abriu para pagamento no dia 28 de janeiro, em função de liberação orçamentária. Em fevereiro, o orçamento abriu na última sexta-feira (06), desde então foram efetuados os pagamentos das empresas que ficaram sem execução orçamentária em janeiro. O Iasep diz que não mantém contratos com profissionais ligados ao Sindmepa na região metropolitana de Belém e que o instituto administra contratos e pagamentos de serviços diretamente com as empresas de saúde. “O pagamento do corpo clínico das clínicas e hospitais é de responsabilidade das empresas”.

(Diário do Pará)