“É um momento histórico. Primeira vez, nos meus 30 anos de atividade na área, que vejo um ministro se reunir com quem realmente trabalha com o assunto”.
Com esta fala, o presidente do Sindicato das Indústrias de Pesca, da Aquicultura e das Empresas Armadoras, Armadores Produtores e Proprietárias de Embarcações de Pesca do Estado do Pará (Sinpesca), Armando Burle, deu as boas vindas ao ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, ontem de manhã, em reunião realizada na sede da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) para discutir as demandas do setor. O tom de expectativa permearia todos os discursos que se seguiram ao do anfitrião do encontro, que contou com a presença de várias autoridades.
Em retribuição, o titular do ministério reafirmou que sua presença ali reforçava a missão de seu ministeriado: uma gestão de profundo diálogo.“A frota pesqueira do Estado necessita urgentemente de uma modernização, são 30 anos de defasagem.
A pesca já esteve em segundo lugar no mercado exportador desse Estado, hoje deve estar em décimo, se não me engano. No entanto, por termos um ministro do Estado do Pará à frente da Pesca e Aquicultura, creio que seja esse um momento muito oportuno para tratar sobre esses avanços que podem mudar o cenário”, declarou o presidente da Fiepa, José Conrado Santos.
“Quando dizem que o Pará é um dos maiores produtores de pescado do Brasil, eu discordo, apesar dos números, das estatísticas. Acho que é ‘o’ maior. Nós temos condições, a maior parte da água doce desse país está na Amazônia, mas mesmo assim, estamos em uma posição ridícula em relação ao resto do Brasil quando o assunto é aquicultura”, disparou Burle.
Assista a reportagem da RBATV sobre a reunião:
DESAFIO
Sentado ao lado do titular da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca (Sedap), Hildegardo Nunes, o ministro Helder Barbalho mandou um recado ao Poder Executivo estadual.
“Desafio o governo do Estado a não colocar a pesca em posição subjugada. A ação do governo federal é estratégica, mas os governos estaduais precisam colaborar, precisam colocar isso na agenda, não só a Sedap como também a Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Os bons resultados vão aparecer na balança comercial, na questão de melhoria da qualidade e do custo de vida da população”, disse.
“Aos pescadores, eu proponho a inversão da lógica: não estamos aqui somente para emitir Carteira de Pescador. O Seguro Defeso há de ser uma renda acessória, nós é que temos que agir para dar condições a quem trabalha, envolvendo cada vez mais pessoas. Além do terminal público pesqueiro, nós vamos investir em centros de distribuição do pescado e, para que isso possa acontecer, há a necessidade de conciliação de todos os que atuam no setor, desde o que pesca até o que vende”, afirmou.Para ele, o investimento na prática da aquicultura se configura como um caminho substancial de crescimento para o Brasil.
“Os dados que temos hoje dão conta de que o país produz 1,3 milhão de toneladas de peixe por ano. A China chega aos 50 milhões. Tudo bem, é uma comparação complicada, mas nós temos 8,5 mil quilômetros de costa oceânica, largos rios e podemos corresponder a essa capacidade. O primeiro Plano Safra, válido para os últimos três anos, contou com um orçamento de R$ 4,1 bilhões, mas infelizmente só R$ 1,6 bi foram utilizados. Até o final do semestre nós elaboraremos e lançaremos o novo Plano Safra para os próximos três anos. Podem ter havido erros e problemas no primeiro que levaram a esse mal aproveitamento dos recursos, mas não pode haver no segundo”, disse.
(Diário do Pará)
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