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Governo vira as costas e calouros vão na superação

Há quase 35 anos, o Sistema de Organização Modular de Ensino (Some) tem proporcionado a formação escolar nos ensinos fundamental e médio no estado do Pará. Os beneficiados são os moradores de ilhas ribeirinhas, de comunidades de difícil acesso e de aldei

Há quase 35 anos, o Sistema de Organização Modular de Ensino (Some) tem proporcionado a formação escolar nos ensinos fundamental e médio no estado do Pará.

Os beneficiados são os moradores de ilhas ribeirinhas, de comunidades de difícil acesso e de aldeias indígenas, espalhadas pelos interiores do Pará. A maior parte dos alunos atendidos pelo Some não conseguiria concluir os estudos devido à ausência do ensino regular e a grande dificuldade para se deslocar dos locais onde vivem.

Contudo, os esforços dos professores e dos próprios alunos têm trazido muitos resultados positivos. Já há algum tempo, as comunidades vêm colecionando vitórias: diversas aprovações em processos seletivos de universidades públicas.

Dentre as conquistas está a regulamentação do Some como política pública educacional do Estado que só foi efetivada depois de muitos anos de luta de toda a comunidade escolar que compõe a modalidade de ensino.

Em algumas comunidades, por falta de espaços adequados que deveriam ser cedidos pelo poder público, as salas de aulas do Some funcionam em galpões improvisados, sem divisórias, misturando as turmas, como relata o professor de biologia que há seis anos atua no Some, Ilaci Júnior.

“Quando o município e o Estado não dispõem do local, infelizmente são improvisados barracões abertos, sem estrutura nenhuma. O Some atende alunos que não têm como vir estudar na cidade”, conta.

O professor que trabalha na vila Bom Jardim, no município de Cametá, conta que muitos professores não têm onde ficar e dependem da boa vontade da comunidade para se alojar.

“Muitos professores que ficam nas ilhas precisam ir e voltar todos os dias e se locomovem de rabetas e voadeiras. Recebemos gratificação para o transporte e alimentação, mas na realidade gastamos do próprio bolso. Somos uma categoria muito menosprezada, pois acham que o Some não dá resultado. Mas estamos mostrando que dá resultado sim”, garante o professor.

AMOR À PROFISSÃO

De acordo com Ilaci, muitos alunos paravam de estudar quando concluíam o ensino fundamental por não ter a opção de continuar. Mas, com o Some, essa realidade mudou.

O número de alunos aprovados nos vestibulares de universidades públicas, como a Universidade do Estado do Pará (Uepa) e Universidade Federal do Pará (UFPA) demonstra a importância do ensino modular.

“Graças a Deus, isso é uma realidade. Este ano, um aluno que já tinha sido aprovado em biologia na Uepa, também foi aprovado em matemática na UFPA. Ele estava trabalhando na casa de farinha quando ligamos para dar a notícia. Teve um outro aluno que foi aprovado em música, na Uepa, mas não conseguiu fazer a matrícula. Este ano ele tentou e passou de novo em música e na UFPA, em agronomia. Apesar das dificuldades, da falta de estrutura e de apoio, estamos tendo esses momentos alegres junto com os professores, alunos, familiares e toda a comunidade”, afirma.

A reportagem do DIÁRIO solicitou nota de esclarecimento à Secretaria de Estado de Educação (Seduc) sobre as queixas de falta de investimentos no Some. Até o fechamento desta edição não houve retorno.

(Diário do Pará)

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