Obras provocam alagamentos

Não é de hoje que os moradores de Marabá reclamam das obras da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), de ampliação do Sistema de Abastecimento de Água e Implantação de Sistema de Esgotamento Sanitário, que, embora sejam importantes para o abastecimento de água da cidade, acabam por destruir parcialmente o asfalto de ruas pavimentadas e causam até acidentes, como ocorreu no domingo, nas ruas Miguel Davi e Antônio Chaves, Novo Horizonte, Núcleo Cidade Nova.

Dois caminhões simplesmente atolaram numa vala aberta pelos trabalhos de implantação de tubulação que foram feitos pelos operários contratados pela Cosanpa. O primeiro veículo afundou na Miguel Davi; já o segundo atolou na esquina com a Antônio Chaves, justamente quando o motorista parou para ver o primeiro caminhão atolado.

Os condutores dos veículos criticaram a obra da estatal sobretudo porque, nesse período de chuvas, obras desse tipo acabam causando transtornos, pois, quando a Cosanpa abre o solo para passar a tubulação, não repõe o asfalto.

Moradores da rua Miguel Davi, que é bem pequena (tem a seis quarteirões), mas é quase toda asfaltada, reclamaram da situação que ficou a rua depois da obra da Cosanpa. O mesmo ocorre em várias outras vias.

BARRO

Se a situação é ruim nas áreas asfaltadas, pior ainda em ruas que ainda não receberam asfalto. Na Folha 23, Quadra 16, na Nova Marabá, a Cosanpa abriu canais para colocar tubulação naquela localidade, jogando apenas barro para fechar os buracos. Porém, com as chuvas que caíram na cidade, a situação se agravou.

Em muitas ruas, os moradores que têm veículos sequer conseguem tirar o carro ou a moto da garagem porque o atoleiro é gigantesco. “Quem vê as fotos pensa que é a Transamazônica”, compara Dion Marcos Vasconcelos, morador da área.

“Eles (Cosanpa) mexeram na rua e não finalizaram os trabalhos. Amarro sacola nos pés todas as vezes para sair de casa”, afirma Raulim Galvão, também residente do bairro, acrescentando que ele e outros moradores estão deixando os veículos em outra rua, correndo risco de furto, porque não têm como entrar na própria garagem.

A Cosanpa está abrindo 45,16Km de rede de água, com 6,4Km de adutoras; e 35,85Km de rede coletora de esgoto. Perguntada sobre por que muitas ruas asfaltadas que estão sendo abertas não recebem a camada asfáltica novamente, a assessoria de comunicação da Cosanpa, em Belém, respondeu por e-mail que isso ocorre por problemas circunstanciais com fornecimento de asfalto.

(Diário do Pará)