Financiar a casa própria requer alguns cuidados

Sem dúvida, a maioria das pessoas nutre o sonho da casa própria. Principalmente, aquelas que pagam aluguel, quem está planejando se casar ou aquelas que moram com familiares ou amigos e estão buscando sua independência.

Entretanto, para realizar este sonho é necessário atentar para detalhes importantes, especialmente, quando se opta por um financiamento. Junto com o imóvel novo surgem outras dívidas como mobília, consumo de energia, taxas de condomínio e, até mesmo, gastos com transporte caso você mude para um local mais distante da escola dos filhos ou do trabalho, por exemplo.

Vale ressaltar que o valor do imóvel precisa caber no orçamento. Caso opte por um financiamento, é necessário ficar atento para saber qual das opções é a mais vantajosa.

A Caixa Econômica Federal dispõe de novas taxas para financiamentos concedidos a partir de ontem. O aumento dos juros das operações contratadas por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) é devido ao reajuste na taxa Selic (juros básicos da economia), que subiu nos últimos meses e está em 11,75% ao ano.

De acordo com a Caixa, os mutuários que já assinaram contrato não terão mudança. Os imóveis financiados com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou pelo Programa Minha Casa, Minha Vida também não sofrerão alterações.No Sistema Financeiro da Habitação (SFH), apenas a taxa para quem não é correntista da Caixa não mudou, sendo mantida em 9,15% ao ano.

Para os correntistas do banco, os juros subirão de 8,75% para 9% ao ano. Os mutuários com conta na Caixa e que recebem salários pelo banco passarão a pagar 8,7% ao ano de juros, em vez de 8,25% ao ano.

Para os servidores públicos, o reajuste passou de 8,6% para 8,7% ao ano para os correntistas. Para os servidores com conta na Caixa e que recebem salário pelo banco, os juros passarão de 8% para 8,5% ao ano.De acordo com os especialistas, praticar a educação financeira dentro de casa visando diminuir os gastos mensais, guardando o que se poupa em uma poupança, ainda é a melhor maneira de adquirir a tão sonhada casa própria.

“A oferta está grande, mas os juros também estão. Por que não começar a se programar para adquirir a casa própria? Se você tiver condições de poupar R$ 100, mensalmente, com o juros de 0,8% ao mês, você terá R$ 106.540,00 em seis anos. Você pode poupar pagando aluguel. Se você tiver condições , pagando um aluguel de R$ 650 e guardando 450 por mês, em nove anos, você terá R$ 110.864,81. É um exemplo para quem queria um imóvel entre R$ 100.000 e R$ 150.000”, explica a economista e especialista em educação financeira da DSOP Educação Financeira – filial Belém. Patrícia Godoy.

DIAGNÓSTICO

Segundo a economista, a melhor opção é fazer o diagnóstico do orçamento para planejar a compra da casa própria a longo prazo. “Você vai se programar e fazer a poupança para começar a guardar dinheiro.

No diagnóstico do orçamento você coloca tudo o que gasta durante o mês, além de saber quanto custa a casa e quanto você precisará guardar. Alguns gastos têm que ser cortados. Eu não posso sair todos os fins de semana, comer fora a semana inteira e preciso economizar na energia elétrica e gastos com supérfluos. Isso é se educar financeiramente e todo mundo pode fazer”.

Patrícia lembra que as instituições financeiras disponibilizam simulações que detalham os valores das parcelas de financiamento do imóvel e em quanto tempo a pessoa vai pagar.

“Fazendo um financiamento sem se programar, a pessoa pode ter o risco de acumular prestações com juros altos e a partir disso não conseguir sanar as dívidas. A construtora ou instituição financeira pode acabar colocando o imóvel à leilão e isso tem acontecido muito.

Você pode pagar um imóvel mesmo pagando aluguel, desde que você tenha condições, faça seu orçamento e economize para sempre ter uma reserva quando precisar”, afirma.

(Diário do Pará)