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Empresário reafirma ter sido ameaçado na Semutran

O empresário André Margalho reafirmou ontem, durante depoimento na seccional da Cidade Nova, ter sido ameaçado pelo coronel da Polícia Militar, Marco Antonio Machado, e pelo sobrinho deste, o soldado Leonardo Machado Santos, dentro da Secretaria Municipal

O empresário André Margalho reafirmou ontem, durante depoimento na seccional da Cidade Nova, ter sido ameaçado pelo coronel da Polícia Militar, Marco Antonio Machado, e pelo sobrinho deste, o soldado Leonardo Machado Santos, dentro da Secretaria Municipal de Transportes de Ananindeua (Semutran), em novembro passado, durante reunião em que seria discutida a bilhetagem eletrônica nos ônibus do município.

O depoimento ocorreu porque o empresário foi intimado a comparecer para explicar boletim de ocorrência feito pelo coronel, que se diz caluniado por Margalho ao apontá-lo como um dos autores das ameaças.

Segundo declarou Margalho, ele é sócio proprietário da empresa Abcomp e diretor do consórcio Abcomp/Somurb, que administra a bilhetagem eletrônica, e foi chamado à Semutran, para tratar da venda de sua empresa.

O coronel Machado, diz que o empresário, o questionou sobre a venda e no decorrer da reunião ele, Margalho, passou a sofrer ameaças, primeiramente de Leonardo Machado dos Santos, o soldado “Léo”, que puxou uma arma e apontou para ele, dizendo que o mataria.

Depois, as ameaças passaram a ser feitas pelo próprio coronel, depois de mandar retirar o sobrinho da sala.Margalho contou que sobre o fato lavrou um boletim de ocorrência na delegacia do Paar, acrescentando que também fez outra ocorrência, desta vez denunciando ter sido vítima de atentado, quando um veículo Toyota, de sua propriedade, foi atingido por disparos de arma de fogo.

Sobre o BO do coronel, Margalho afirmou que isso nada mais é que retaliação devido aos procedimentos por ele tomados com as ocorrências policiais das ameaças sofridas. O empresário disse ainda que suas denúncias estão sendo apuradas pela Promotoria Militar, Promotoria de Ananindeua, além de ações civis em que denuncia irregularidades na Semutran.

No BO lavrado pelo coronel contra o empresário, Machado diz que os fatos denunciados por Margalho seriam “inverídicos e caluniosos”. Por ter sido intimado a comparecer à delegacia do Paar para tratar do caso, o coronel alega ter se sentido “moralmente ofendido”, com a presença de veículos da “imprensa RBA, repórteres filmando e tirando fotos”, além de questioná-los se havia tentado tirar a vida de Margalho.

O coronel disse que desconhecia a ocorrência policial contra ele, pois havia um ocorrência apenas contra o soldado Leonardo, embora dias depois houvesse um aditamento ao BO, incluindo seu nome.

LIVROS-CAIXAS

Em declarações, ontem, na mesma delegacia, a empresária Blenda Calderaro Margalho, esposa de André, relatou que é sócia da Abcomp e que no dia 24 de novembro, ao chegar na empresa, verificou que os livros-caixas do consórcio Abcomp/Somurb haviam desaparecido do local.

Logo depois chegou à empresa Amanda Cristina Brito Machado, filha do coronel Machado, no momento em que Blenda perguntou a ela sobre o paradeiro dos documentos e pastas da empresa.

Amanda confessou que havia retirado os livros e documentos, justificando ter recebido ordem de João Sampaio e Silvio Maurício Abrantes de Oliveira, sendo o último vice-diretor do consórcio.

Embora sem nenhum vínculo com a empresa, Amanda disse a Blenda que somente entregaria os livros e documentos com a autorização de João e de Sílvio.

Segundo Blenda, as senhoras Rafaela Leite e Joyce Reis “testemunharam a confissão da filha do coronel e a apropriação do material da empresa”. Para Blenda, a intenção de Amanda seria “prejudicar a empresa na gestão da bilhetagem eletrônica”.

O casal de empresários quer que a licitação em que saíram vencedores seja anulada por conter diversas irregularidades.

(Diário do Pará)

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