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Crianças improvisam por falta de espaços de lazer

Sobre parte do terreno baldio, a serragem espalhada pelo chão de terra não está no local à toa. Tendo apenas o céu como cobertura, uma mola, duas tábuas e um colchão recolhido no lixo são suficientes pra dar vazão à energia de dezenas de crianças que mora

Sobre parte do terreno baldio, a serragem espalhada pelo chão de terra não está no local à toa. Tendo apenas o céu como cobertura, uma mola, duas tábuas e um colchão recolhido no lixo são suficientes pra dar vazão à energia de dezenas de crianças que moram no entorno da rua Olaria, bairro de Canudos.

Diante do trampolim montado de forma improvisada, a sucessão de saltos nem sempre atende a um padrão. De tamanhos e idades diferentes, as crianças chegam à medida que o barulho dos corpos caindo no colchão anuncia o início de mais uma brincadeira, treino para muitos. Organizados automaticamente em filas, um por um corre em busca do salto mais alto do dia. A inspiração para muitos atende pelo nome de Naldo.

Sem que a prática de saltos tenha feito parte de sua vida de forma profissional, a montagem do aparelho improvisado surgiu de repente na mente de Reinaldo da Conceição, o Naldo. Sem que as obras de construção de casas populares fossem retomadas no local, o trampolim começou a ser usado como forma de distração.

À medida que os saltos do vendedor ficaram mais vistosos, mais notável também se tornou a vontade de participar das crianças do bairro. “Depois que retiraram as casas daqui, ficou baldio. Aí arranjamos essa mola e fizemos o trampolim pra distrair, pra treinar”, lembra, contextualizando que os treinos – como chama – já são realizados há dois anos. “Todo dia de tarde vem um monte aqui pra treinar. As crianças que vão aparecendo, a gente ensina. Tem o meu irmão também que faz um monte de salto”.

CARÊNCIA

Basta uma rápida olhada pelas proximidades do terreno conhecido como a antiga área do curtume Santo Antônio para identificar a carência de espaços de lazer para crianças e jovens do bairro. Além das casas e de parte das calçadas, poucos - ou nenhum - são os espaços destinados ao lazer e ao esporte.

De férias do colégio onde estuda a oitava série do ensino médio, o estudante Victor Barbosa, 16 anos, não esconde a preferência pelo trampolim para passar o tempo livre. “Eu moro aqui em frente, então venho todo dia. Tou de férias do colégio, então, prefiro vir pra cá do que ficar em casa fazendo nada”, considera. “Esse colchão jogaram no lixo e a gente pegou pra amortecer o salto dos menores, pra não se machucarem”.

Com apenas sete anos de idade, o pequeno Ruan Modesto não perde a oportunidade de pedir ao pai que o leve até o local nos momentos de folga. Basta que um grupo pequeno de crianças comece a saltar, para que os demais também se animem. Sem qualquer cerimônia, ao pisar no terreno Ruan logo solta da mão do pai e já entra na fila para saltar.

“Ele (filho) sempre me pede pra vir aqui”, sorri o mecânico Rui Modesto, que trabalha em frente ao terreno. “Seria muito bom se tivesse um espaço de lazer mais organizado, uma praça pras crianças brincarem... isso é o que falta aqui. Ainda bem que inventaram isso aí pra criançada”.

(Diário do Pará)

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