Envolvida no escândalo de corrupção da Petrobras, juntamente com outras empreiteiras, a construtora Camargo Corrêa, acusada de pagar propina para prestar serviço à Petrobras, é a responsável pela obra de prolongamento da avenida João Paulo II, entre a travessa Mariano e a rodovia Mário Covas, num total de 4,7 quilômetros e cujo custo alcança R$ 300 milhões.
A conclusão da obra, prevista no contrato para dezembro deste ano, não será cumprida. O governo de Simão Jatene promete inaugurá-la somente em junho de 2015.
Especialistas em mobilidade urbana que não trabalham para o governo estadual afirmam que o projeto já nasceu engessado, porque os maiores engarrafamentos da rodovia BR-316, onde irá desembocar a João Paulo, começam justamente a partir do viaduto do Coqueiro, prolongando-se até o começo de Marituba.
O certo, portanto, seria estender a João Paulo até a entrada da Alça Viária, como inicialmente previsto. O governador Simão Jatene, apesar das advertências dos técnicos, bateu o pé e insistiu em fazer a obra até o começo da Mário Covas.
Decidiu pagar para ver o erro que cometeu. Aliás, as obras estão praticamente paradas. Poucos operários são vistos nos dois canteiros das pontes das ruas Mariano e Pedreirinha e os serviços já deveriam estar em ritmo adiantado.
Não é isso que se observa: as estruturas metálicas das pontes ainda não foram erguidas e pouca coisa se vê sobre os lagos Água Preta e Bolonha.
Alguns trabalhadores manifestaram o temor de que em razão das investigações da Polícia Federal sobre as atividades da Camargo Corrêa – acusada de pagar propina para realizar obras e serviços em projetos da Petrobras -, os trabalhos na João Paulo serão suspensos, como outras obras da empresa pelo país, mas a informação obtida pelo DIÁRIO é de que isso não irá acontecer. A diminuição no ritmo das obras atinge mais a construção das duas pontes.
De acordo com o Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano, que acompanha o andamento da obra, a construção e montagem das estruturas metálicas das pontes foi iniciada em julho e está prevista para ser concluída em janeiro de 2015.
Uma balsa foi postada sobre os lagos para servir de suporte às fundações. A ponte sobre o lago Bolonha, próximo à rua Mariano, terá 220 metros de extensão. A que irá transpor o lago Água Preta, terá 232 metros e fica próximo à rua Pedreirinha, no bairro da Guanabara.
Um capataz do canteiro dessa obra ficou incomodado com a presença do fotógrafo do DIÁRIO e avisou que não poderiam ser feitas imagens do local. Precaução inútil, pois a obra é pública. Ou seja, nela estão investidos recursos públicos.
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(Diário do Pará)
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