MP questiona prefeitura sobre estacionamentos

O Ministério Público do Estado (MP) deu o prazo de dez dias para que a Prefeitura Municipal de Belém (PMB) responda sobre as recomendações feitas para melhorar o problema acerca dos estacionamentos públicos rotativos pagos localizados no Espaço da Palmeira e no Ver-o-Peso, no centro comercial de Belém.

No documento encaminhado ao prefeito Zenaldo Coutinho e também para a Secretaria Municipal de Economia (Secon) e para a Companhia de Desenvolvimento Metropolitano (Codem), o 3º promotor de Justiça do Meio Ambiente, Patrimônio, Cultura, Habitação e Urbanismo, Raimundo Moraes, recomenda a definição de um planejamento, gestão e fiscalização destes espaços; a inserção dos flanelinhas ou de suas organizações no sistema e ainda a criação de novas áreas públicas ou privadas que possam suprir a falta de espaços para estacionamentos no centro histórico da cidade.

Para o promotor, os estacionamentos de veículos é uma questão de interesse estratégico ao trânsito e para a ordenação dos espaços públicos na cidade. Diante disso, segundo ele, cabe à prefeitura promover o desenvolvimento urbano e organizar os espaços públicos conforme o Plano Diretor do Município. Moraes considera também que Belém possui áreas suficientes para estacionamento e sugere, inclusive, a criação de edifícios garagem para atender a frota de carros.

No centro comercial é comum encontrarmos carros estacionados sobre as calçadas. Nas ruas, longas fileiras de veículos se formam. Caso não tenha lugar, muitos condutores optam por guardar o veículo em espaços privados, que cobram por hora cerca de R$ 5 e por dia R$20.

PROIBIÇÃO

Estacionado na calçada do Espaço da Palmeira, perto de uma placa que indica que é proibido estacionar, o taxista Daniel, 49 anos, tem consciência da falta cometida. Porém, justifica que não há lugar para colocar o veículo.

“É difícil aqui. A gente precisa estacionar na rua mesmo. O trânsito fica completamente congestionado por falta de estacionamento. Tem uma placa, mas eu não tenho onde ficar. Se parar a Semob (Superintendência de Mobilidade Urbana) aqui, sei que vou ser multado’’, ressalta.

Flanelinha há 42 anos na área do centro comercial de Belém, Mailson Barata Modesto, 42 anos, conta que a partir das 9h não há mais espaço para estacionar nas ruas que cercam a praça. “De manhã cedo já é difícil encontrar lugar. Quando dá 16h ainda continua tudo cheio. Não se vê uma vaga. De segunda a sábado é assim’’, disse. Ele chega a faturar R$ 80 por dia só para observar os carros.

VAGA

O motorista Emanuel Sarraf, 36 anos, circula diariamente em torno do Ver-o-Peso e pelo comércio. Ele também encontra empecilhos para achar uma vaga para guardar seu veículo. “É muita dificuldade. O pessoal não tem onde estacionar. Aí o agente da Semob vem e multa. Qualquer lugar que a gente vá não tem onde estacionar. A gente roda, roda e nada’’, reclamou.

A Secon afirmou que a terceirização do estacionamento do Espaço Palmeira e da Praça do Pescador, no Ver-o-Peso, faz parte do projeto da Prefeitura Municipal de Belém para requalificar o centro histórico da capital. A Secretaria também acrescentou que a Codem articula novos pontos de garagens rotativas, que atenderão a alta demanda de frequentadores do centro comercial de Belém.

Quanto aos guardadores de carros que trabalham nas proximidades, a Secon disse que a prefeitura tem mantido diálogos com a categoria, ao oferecer oportunidades de emprego.

(Diário do Pará)