População da periferia comemora morte de Pet

Foi soltando fogos de artifícios que os moradores de alguns bairros de Belém, como Terra Firme, Guamá, Cremação e Jurunas receberam a notícia da morte do cabo da PM Antônio Fugueiredo - também conhecido como Pet - na última terça-feira (4). Para alguns, os sentimentos se misturam entre preocupação e alívio.

De acordo com duas moradoras da periferia de Belém, que pediram para ter os nomes preservados, o convívio com o cabo da PM há tempos se tornou difícil. Elas acusam a existência de milícia armada e chamam de facção o grupo que, junto com Figueiredo, realizava atentados nos bairros.

"Recentemente, o Pet e a facção dele fizeram um atentado aqui na rua de casa. Eles desceram atirando e pessoas inocentes foram atingidas. Eles tocavam o terror desde o ano passado. Muita gente comemorou a morte dele, inclusive com fogos", detalhou uma moradora de um dos bairros citados.

A mesma moradora garante, ainda, que um outro militar, conhecido como "Seninha", é participante do mesmo grupo de extermínio e, junto com Pet, passaram a aterrorizar o bairro. "Eles sempre surgiam em um carro preto ou em um cinza. Os moradores reconheciam eles pela estatura física e sempre estavam encapuzados", afirmou.

Para uma outra mulher, os moradores da periferia receberam a notícia com alívio e ao mesmo tempo como ameaça. De um lado pelo perigo que ele representava, de outro pelo que pode vir com ações de bandidos.

"Eles sempre vinham atrás de bandidos. Tinham raiva mesmo. Com a morte dele, vai se tornar difícil, pois eles iam à caça de bandidos. O erro começou quando começaram a matar inocentes", afirma.

A moradora ainda denuncia que a polícia sabe da realização desses atentados em Belém.

(DOL)