Em Santarém, no Oeste paraense os problemas de atraso nas obras de reforma de escolas estaduais continuam. Isso tem gerado um transtorno no aprendizado dos estudantes e colocando a saúde deles e de professores em risco, como acontece na escola São Felipe, localizada no bairro Matinha, distante da área central da cidade.
Algumas salas de aulas estão prontas, mas o problema é que foram adaptadas para central de ar e até agora nenhuma foi instalada. Com recursos próprios, a escola providenciou ventiladores. Mesmo assim não são suficientes. “Desde o mês de maio nós solicitamos para a Seduc as centrais, mas até agora não enviaram. Só dizem que vão comprar, mas não informam data”, informou o diretor Francisco Cardoso.
Segundo ele, a escola conseguiu comprar 14 ventiladores, dois para cada sala. “Mesmo assim o calor é elevado, o ideal seria seis ventiladores. Tem aluno que passa mal de tão quente”, contou.
A colocação das centrais de ar também depende da subestação de energia. “Eles [empresa responsável] começaram a fazer, mas depois pararam os serviços”, relatou o diretor.
Durante a tarde o calor é mais intenso. Por isso, no máximo às 15h30 os alunos são liberados. Francisco está preocupado por saber que esta situação está prejudicando o aprendizado dos alunos. “Na segunda-feira, após a eleição do segundo turno, iremos entrar com uma representação do Ministério Público Estadual e vamos relatar a situação. Se não for resolvido em 15 dias, nós iremos paralisar as aulas”, informou.
REFORMA
Na escola São Felipe, o setor administrativo, setor pedagógico, corredor, entre outros precisam ser reformados em caráter de urgência. Há inclusive, um pavilhão do prédio que está condenado pela defesa civil do município, mas a escola não tem informações da Seduc de quando os trabalhos devem acontecer.
Outra escola estadual com problemas é a Barão do Tapajós, que fica localizada na área central de Santarém. A obra que iniciou em setembro de 2013, deveria ser concluída em 180 dias, conforme informa a placa colocada frente à escola, mas essa não é a realidade. Os serviços seguem de forma lenta.
Segundo a diretora, professora Sérgia Mafra, a escola já pediu à Seduc o envio das centrais de ar móveis, quadros para as salas de aula. “Até agora não deram nenhum retorno. O pedido foi feito no mês de agosto”, relatou.
Os alunos da escola Barão do Tapajós estão estudando na escola Felisbelo Sussuarana, que fica ao lado. Ela conta que para realizar a educação física, foi preciso alugar a quadra da igreja São Raimundo Nonato, que fica nas proximidades.
A atividade pedagógica como a do programa Mais Educação é outro desafio para os professores, direção e alunos. Sem espaço, eles tentam desenvolver em locais improvisados na escola Felisbelo.
Ana Paula Silva, 15, estuda na escola Barão do Tapajós e reclama do fato de ter passado um ano e as obras não terem sido concluídas. “Estamos numa situação bem crítica por causa do atraso. Tivemos que vir para outra escola e foi difícil a adaptação por causa dos outros alunos”, lamentou.
(Diário do Pará)
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