Manoel Pioneiro confessa que paralisou obras

O prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro, confessou em comício no bairro Jaderlândia, ser o responsável pela paralisação das obras do Estádio Municipal de Ananindeua. Mesmo tendo R$ 5.862.500,00 na conta da prefeitura para a conclusão do estádio, Pioneiro, preferiu devolver o dinheiro para o governo federal e privar a população do município de mais um importante espaço de lazer.

No encontro com a população local, o prefeito tucano disse ter optado por paralisar as obras do Estádio Municipal para realizar a canalização do canal Arari.
“É por isso que eu resolvi parar o projeto (de construção do estádio). É por isso que eu deixei e optei em deixar o estádio de futebol inacabado, pra poder ‘vim’ (sic) investir no canal do Ariri, que passa no fundo do Valparaíso” foi a frase dita por Pioneiro e obtida em gravação pelo DIÁRIO. Nesta frase, o atual prefeito acabou fazendo duas confissões: a primeira, de que realmente foi o responsável pela paralisação das obras do estádio, ao contrário do que vem sendo mostrado na campanha eleitoral da rádio e da TV, na qual a campanha de Jatene acusa Helder de ser o responsável pela paralisação de obras no município; e a segunda, de que utiliza de “falácias” para enganar a população.

A mentira de Pioneiro é desmentida pelo próprio ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, que revelou ao DIÁRIO ter disponibilizado os recursos, por meio da Caixa Econômica Federal, para que o estádio fosse concluído.

Pioneiro mostra desconhecimento ou má intenção ao dizer que preteriu uma obra para fazer outra. Acontece que o recurso para os dois tipos de obra são distintos e saem dos cofres do governo federal de fontes distintas. Para o trabalho de canalização e saneamento, o dinheiro da União é repassado pelo Ministério das Cidades, ou seja, não há como recolher um recurso “carimbado” pelo Ministério dos Esportes, destinado ao Estádio Municipal de Ananindeua e “utilizá-lo” em outro tipo de ação que não seja aquela definida em contrato.

O DIÁRIO teve acesso a uma gravação de sete minutos, na qual Pioneiro, pela primeira vez, confessa em público que paralisou a obra do estádio e justifica a sua decisão.

RECURSOS

Manoel Pioneiro já havia recebido desde o primeiro semestre deste ano um montante de R$1.612.357,50 do Ministério dos Esportes para dar continuidade às obras do estádio. Mas o tucano preferiu abandonar o canteiro de obras e perder todo o maquinário que havia sido comprado para a execução do projeto, aprovado pelo governo federal e com todas as normas exigidas pela Federação Internacional de Futebol (Fifa).

Coube à deputada federal Elcione Barbalho (PMDB) assegurar recursos que garantissem a conclusão do Estádio. São R$ 5.862.500,00 destinados por meio de emendas parlamentares individuais para o Ministério.

Conforme Ofício nº 348/2014/GM-ME, assinado pelo chefe de Gabinete do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o dinheiro para que a obra fosse executada foi repassado para a Prefeitura Municipal de Ananindeua em cinco etapas. Um montante de R$ 500.000,00 foi perdido por falta de execução de 54,4% do restante de um dos contratos. A Caixa Econômica Federal liberou o recurso, mas Pioneiro deixou que a vigência do contrato nº 0195683/2006 extinguisse no dia 30 de setembro deste ano, há pouco mais de 15 dias.

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(Diário do Pará)