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Fortuna da família Jatene supera R$ 38 mi

É um fato estarrecedor: mesmo em uma estimativa por baixo, a fortuna do governador Simão Jatene e de cinco parentes diretos dele já supera R$ 38,5 milhões. São fazendas, terrenos, postos de gasolina, apartamentos de luxo e empreendimentos imobiliários,

É um fato estarrecedor: mesmo em uma estimativa por baixo, a fortuna do governador Simão Jatene e de cinco parentes diretos dele já supera R$ 38,5 milhões. São fazendas, terrenos, postos de gasolina, apartamentos de luxo e empreendimentos imobiliários, tantos que ainda não se conseguiu rastrear na totalidade. A conta não inclui as casas noturnas pertencentes ao filho do governador, o advogado Alberto Lima da Silva Jatene, e o rebanho bovino (seriam mais de três mil cabeças de gado Nelore) do empresário Eduardo Salles, sobrinho de Jatene. Também não entraram no cálculo bens que Jatene transferiu para a ex-mulher Heliana quando se separou dela, em 2000, cujo valor atualizado é de cerca de R$ 1 milhão, mas que ainda não se sabe ao certo onde foram parar. Entre esses bens estão cabeças de gado e uma fazenda de mil hectares, no Km 09 da estrada Castanhal/ Inhangapi.

Dos cinco parentes de Jatene que estão milionários, apenas um não é funcionário público: o sobrinho dele, Eduardo Salles. Todos os demais são, há décadas, apenas servidores. É o caso da ex-mulher do governador, Heliana Lima da Silva Jatene, que é funcionária pública aposentada da antiga Sudam e exerce cargos de direção nos governos tucanos há pelo menos 14 anos (hoje ela é presidente da Fumbel, a Fundação Cultural de Belém, cidade administrada pelo tucano Zenaldo Coutinho). É o caso, também, de Izabela Jatene Souza, filha de Jatene e Heliana: professora da Universidade Federal do Pará (UFPa), ela foi assessora do governo do Estado entre 2001 e 2006, e desde 2011, com a volta do pai ao poder, coordena o Pró-Paz.

É o caso de Alberto Lima da Silva Jatene, mais conhecido como “Beto” Jatene, o outro filho do governador: entre 2000 e 2004, ele foi assessor da Arcon, a Agência de Controle e Regulação dos Serviços Públicos do Pará; do Tribunal de Justiça do Estado (TJE) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A partir de 2004, tornou-se assessor do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Hoje, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, de março do ano passado, Beto é assessor jurídico do Ministério Público junto ao TCM. E mais: buscas nos sites do TJE e do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (que abrange toda a região Norte, Distrito Federal e mais seis estados) não revelam qualquer processo em que ele tenha atuado como advogado.

O mesmo vale para Ricardo Augusto Garcia de Souza, marido de Izabela, que é assessor há mais de uma década do TCM, onde hoje é chefe de Gabinete. Idem para Luciana Lopes Labad, mulher de Beto Jatene, que foi nomeada assessora especial do governo do Estado, em 2003, e desde 2006 trabalha como assessora no TJE. O próprio Jatene sempre foi apenas funcionário público: professor da UFPA, secretário de Planejamento do governo de Jader Barbalho, em 1983; secretário executivo dos Ministérios da Reforma Agrária e da Previdência, também nas gestões de Jader; secretário de Planejamento e de Produção de Almir Gabriel e governador. Além disso, Jatene cansou de afirmar que veio de família tão modesta que teve até de tocar em bares para pagar estudos. Daí que é inevitável a pergunta: de onde é que veio tanto dinheiro?

A mesma pergunta tem de ser feita, também, em relação a Eduardo Salles, sobrinho de Jatene, embora ele seja empresário. Até meados da década de 1990, ele havia hipotecado ou vendido quase tudo o que possuía. Mas, a partir de 1997 (o ano em que teve início a privatização da Celpa, comandada pelo então secretário estadual de Planejamento, Simão Jatene), Eduardo começou a apresentar uma impressionante recuperação financeira: em apenas quatro anos, entre 1997 e 2001, ele comprou 2.700 hectares, em Castanhal e Inhangapi, um patrimônio sete vezes superior a tudo o que registrou no cartório de Castanhal nos 17 anos anteriores.

Nos governos de Almir Gabriel, de quem Jatene foi secretário de Planejamento e braço-direito, e do próprio Jatene, entre 2003 e 2006, Eduardo também obteve contratos milionários: só uma das várias empresas ligadas a ele, a Engecon (que funcionava dentro do galpão de uma das suas fazendas), faturou R$ 3,5 milhões, em valores da época, com a execução de obras viárias. Hoje, só duas das fazendas de Eduardo, em Castanhal e Inhangapi, somam quase 5.500 hectares. E, no mês passado, uma fazenda de apenas 400 hectares, em Castanhal, cortada por rios, como muitas das terras dele, estava sendo vendida na internet por R$ 4 milhões. Ele também exporta gado para o Líbano e possui vários empreendimentos imobiliários. E só em um deles, o Salles Jardins, em Castanhal, ficou de integralizar R$ 3 milhões até dezembro do ano que vem.

Em maio de 2012, a ESalles Construções, uma das empresas dele, também registrou em cartório a compra de um terreno por R$ 1 milhão (à vista, ao que parece) com 382 metros de frente e de fundo e 484 metros na lateral direita, na estrada do Coqueiro, em Ananindeua. E, pelo menos até o ano passado, Eduardo também possuía 400 hectares (cada hectare tem dez mil metros quadrados) na avenida Barão do Rio Branco e imediações, no centro de Castanhal. No mês passado, um terreno de apenas 40X40 naquela avenida estava sendo negociado na internet a R$ 3,3 milhões.

BETO, O MILIONÁRIO

O maior milionário da família do governador é o filho dele, Beto Jatene, cujos bens, pelo valor de mercado, alcançam hoje pelo menos R$ 14,4 milhões - e sem incluir as casas noturnas que ele também possui e o carro de luxo com que circula em Belém. A fortuna de Beto Jatene inclui três postos de gasolina (dois dos quais abastecem veículos pertencentes ao overno do Estado), apartamentos e terrenos. O segundo maior milionário é Eduardo Salles, o sobrinho de Jatene: em uma estimativa bem por baixo, ele possui pelo menos R$ 12,5 milhões em bens, sem incluir (ainda) os carros de luxo, rebanho bovino, terras em nome do filho e considerando, no cálculo, apenas um de seus empreendimentos imobiliários (só em Castanhal seriam três ou quatro).

O restante da fortuna dos Jatene está distribuído entre o governador, com bens que ele estimou em mais de R$ 3,3 milhões, na declaração que entregou, no ano passado, à Receita Federal (a cópia está no site do Tribunal Superior Eleitoral-TSE); Izabela Jatene e Ricardo Augusto Garcia de Souza, filha e genro do governador, com patrimônio de pelo menos R$ 6,1 milhões (sem considerar a empresa Manufatura Exportação Indústria e Comércio de Roupas e Acessórios Ltda, da qual ela possui 80% das quotas); e Heliana Lima da Silva Jatene, ex-mulher do governador, com dois apartamentos com valor de mercado de pelo menos R$ 2,25 milhões.

Vale destacar que a estimativa da fortuna de Heliana só inclui um dos bens que ela recebeu quando se separou de Jatene, em 2000 (o apartamento 601 do edifício Miguel Berbary, na Domingos Marreiros, 347, próximo à Almirante Wandenkolk), além de outro apartamento que ela adquiriu recentemente no luxuoso edifício Neon. Ficaram de fora, portanto, os demais bens que ela recebeu na separação e que alcançam, em valores atualizados pelo IPCA-E do mês passado, cerca de R$ 1 milhão: terrenos em Salinas e Mosqueiro, sítio em Benevides, rebanho bovino, fazenda de mil hectares na estrada que liga Castanhal a Inhangapi, carro, poupança e um apartamento no conjunto Jardim Ipiranga, na Braz de Aguiar, em Belém.

Veja ao lado a estimativa dos bens da família Jatene, realizada pelo DIÁRIO, com base em certidões da Junta Comercial do Pará (Jucepa) e de cartórios de Belém e Castanhal. O levantamento, que deve ser ampliado nos próximos dias, cotou esses bens a partir de propriedades semelhantes vendidas na internet e considerou, por vezes, até valores abaixo do mercado.

(Diário do Pará)

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