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Pará tem déficit de 246 mil moradias dignas

O sonho da moradia de forma digna, com saneamento e água encanada nas torneiras de casa ainda é uma realidade distante no Pará. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicí

O sonho da moradia de forma digna, com saneamento e água encanada nas torneiras de casa ainda é uma realidade distante no Pará. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado tem um déficit de 246.372 mil moradias, dentre elas as que se encontram incapazes de atender dignamente os moradores, bem como o número de casas que precisam ser construídas para atender famílias que estão em situação de coabitação forçada, isto é, compartilhando uma unidade habitacional sem que esteja de acordo com seu desejo.

Nossa equipe constatou a precária situação de famílias que vivem na Invasão do Japonês, situado no bairro do Bengui, próximo à avenida Augusto Montenegro, onde na segunda-feira (6) quatro casas ficaram completamente destruídas devido a um incêndio. Uma parte do terreno da invasão é alagada e a outra é coberta de terra, lama e mato alto, por isso as casas são palafitas, uma ligada à outra por pontes de madeira. Não há água encanada para as famílias, que precisam interligar canos com a tubulação principal. Segundo a população, a Companhia de Habitação do Estado do Pará (Cohab) nunca passou pela área.

José Maria Ramos é um dos moradores da invasão que teve a casa atingida pelo fogo. Segundo ele, seis pessoas, entre filhos e netos, moravam na casa de 20 metros por 6m de frente, comprada há dois anos. José, que trabalha como pedreiro, conta que a família veio do Maranhão para tratar a doença de uma das filhas e ficou morando de aluguel por oito anos. “Eu não tenho documento do terreno, tenho apenas um comprovante de compra que também foi embora no incêndio”, contou.

SEM-TETOS

Outra realidade é a população que sofre com a falta de moradia, como a ocupação da comunidade residencial Jesus de Nazaré, que abriga cerca de 522 famílias (dessas, entre 100 e 200 pessoas são crianças) na rua Maracacuera, em Icoaraci, e que aguardam uma resposta da Cohab há dois meses para serem contempladas com o programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida.

Depois de a comunidade ter acampado em frente ao Palácio dos Despachos, na rodovia Augusto Montenegro, uma equipe da Cohab chegou a visitá-los. No entanto, ainda nada foi feito, segundo Francisco Melo, liderança do movimento. “Eles falam que já há um projeto sendo feito e que nossas famílias estão cadastradas, mas ainda não foram contempladas com a moradia. Ficamos acampados lá para cobrar do governo uma atitude. Espero que venha ocorrer a reforma urbana em nosso estado, que é tão rico”, disse ele.

As famílias estão abrigadas em uma área de terra e vivem em barracas improvisadas com troncos e lonas, plástico e restos de faixas de propaganda de festas. Dormem em redes, já que o chão tem lama. No local, também improvisaram um poço para servir água a todos desde o banho até o preparo da comida. Francisco denuncia que a Cohab tem repassado habitações à famílias que não teriam necessidade de estar cadastrado no programa. “Vimos que a Cohab estava repassando lotes a famílias que não têm necessidade do programa, enquanto isso estamos aqui tentando ter um teto e até agora nada”, afirma.

O déficit habitacional no Pará é um dos maiores do Brasil: de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais de 1,2 milhão de pessoas não têm moradia apropriada no território paraense. A área metropolitana de Belém lidera o ranking de déficit habitacional, com 20% das moradias em condições precárias, casas improvisadas, mais de uma família morando no mesmo lugar e cômodos cedidos ou alugados (cortiços).

O Ministério Público Federal ainda investiga denúncias de entrega de “cheques moradia” por parte da Cohab e de seu presidente, Hugo Barral, durante período eleitoral – o que configura crime.

A reportagem tentou entrar em contato com a Cohab via telefone e email, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição.

(Diário do Pará)

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