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Família Jatene lucra com o governo

A fortuna da família Jatene cresceu mais do que mato nos últimos dez anos, período em que o patriarca Simão governou o Pará por duas vezes. É o milagre da multiplicação, que fez com que a filha Izabela, uma professora universitária com salário de menos de

A fortuna da família Jatene cresceu mais do que mato nos últimos dez anos, período em que o patriarca Simão governou o Pará por duas vezes. É o milagre da multiplicação, que fez com que a filha Izabela, uma professora universitária com salário de menos de R$ 10 mil, fosse viver num apartamento de R$ 1,5 milhão equipado com suíte máster e completa infraestrutura de lazer. No mesmo edifício de Izabela, o exclusivo e luxuoso Neon, também vive seu irmão Alberto Jatene, o Beto, dono de postos de gasolina em Belém nos quais são abastecidos veículos da frota oficial do Estado.

O prédio, de 25 andares e 21 apartamentos, foi construído pela Quadra Engenharia, a mesmíssima empresa que construiu, para o governo Jatene, o Centro de Convenções de Marabá e que integra o Consórcio Amazônia, responsável pelas obras do Complexo Desportivo do Mangueirão. Não é a primeira vez, aliás, que aquisições da família Jatene se cruzam com empresas que recebem dinheiro do governo do Estado: em 2004, no primeiro Governo Jatene, a Empresa Regional de Transmissão de Energia (ERTE) indenizou em R$ 300 mil o sobrinho de Jatene, Eduardo Salles, pela passagem da linha de transmissão Vila do Conde/Santa Maria, em vários terrenos que ele comprara alguns anos antes. Na época, a ERTE tinha entre as suas controladoras a Schahin Engenharia Ltda, uma das construtoras prediletas dos tucanos paraenses.

Se a compra do apartamento de Izabela é nebulosa, os negócios de Beto com seus postos de gasolina são no mínimo suspeitos. Nos registros da Junta Comercial do Pará (Jucepa), Beto Jatene aparece como sócio de três postos de gasolina: Verdão, Girassol e Umarizal. Eles foram comprados em datas distintas, mas têm algo em comum: todas as aquisições estão declaradas por valores muito abaixo daqueles praticados pelo mercado, o que pode caracterizar sonegação fiscal. O Posto Verdão, por exemplo, que em 2007 faturou mais de R$ 7 milhões, foi comprado por Beto e seu sócio Eduardo Simões pela bagatela de R$ 25 mil em 2006, conforme contrato social registrado na Jucepa.

É interessante notar que no documento onde está registrada a entrada de Beto na sociedade junto com Eduardo não constam ativos como equipamentos, benfeitorias, estoques e outros. Ali está registrada uma simples transferência de quotas, cujo valor unitário foi de R$ 1 cada. A mesma operação foi repetida em 2007 na aquisição do Posto Umarizal, do qual também participa Ricardo Souza, cunhado de Beto e marido de Izabela. Ricardo é chefe de gabinete da presidência do TCM, onde recebe pouco menos de R$ 20 mil mensais. E também na compra do Posto Girassol em 2011. Os especialistas em mercado de distribuição de combustíveis avaliam que somente o Posto Verdão valeria R$ 1 milhão.

Apenas para dar uma ideia dos valores movimentados pelos postos de Beto Jatene, uma estimativa realizada por especialistas em comércio de combustíveis no Pará indica que o faturamento anual destes três postos giraria em torno de R$ 21,6 milhões. Isso equivale a um faturamento mensal de R$ 1,8 milhão e corresponde à venda de 573.284 litros de gasolina. Com todo este combustível seria possível encher o tanque de 13.648 carros. É muito dinheiro, muito combustível e muito pouca evidência de que os negócios de Beto tenham sido feitos dentro da moralidade que deve reger a conduta dos governantes e seus familiares. Nestes postos de gasolina, os carros oficiais são abastecidos com o uso de um cartão de débito. Ou seja: o dinheiro sai dos cofres públicos diretamente para a conta dos postos do filho do governador.

Além de Beto Jatene, outros familiares do político, incluindo a filha Izabela Jatene, continuam a acumular patrimônios como apartamentos luxuosos e terrenos.

Enquanto o governador Jatene se esforça por convencer a população do Pará de que tem um comportamento ético e moral, os fatos acabam provando o contrário. Além dos negócios imobiliários milionários envolvendo seus filhos e sua ex-mulher, Simão Jatene não hesitou em utilizar um avião do governo para passar um fim de semana pescando na luxuosa pousada Thaimaçu, no sul do Pará, onde a diária custa R$ 860. Ele ainda responde a um processo por corrupção no Superior Tribunal de Justiça (STJ), conhecido como caso Cerpasa, e outro por desvio de dinheiro público para campanhas eleitorais no Supremo Tribunal Federal (STF), o qual pode ser julgado a qualquer momento. Pelo visto, há muito mais mistérios nas contas bancárias da família Jatene do que pode supor nossa vã filosofia.

(Diário do Pará)

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