Governo abandonou polo produtor de mudas

O que já foi um belo viveiro de mudas em plena BR-316 no município de Ananindeua se tornou, nos últimos meses, um espaço quase abandonado e um cemitério de carros que estão sendo tomados pelo mato.

O Sindicato dos Trabalhadores do Setor Público Agropecuário e Fundiário do Pará (Stafpa) confirma o que salta aos olhos o principal polo produtor de mudas da Secretaria de Agricultura do Pará na Região Metropolitana de Belém estar parado. “Aqui não se produz mais nada”, diz o diretor do Sindicato, Otoniel Araújo das Chagas.

Nos tempos áureos, o polo era usado para a produção de mudas que eram distribuídas aos pequenos produtores da RMB. Do viveiro saíam, a cada mês, entre quatro mil e cinco mil pés de árvores frutíferas. Entre elas, o carro-chefe eram açaí e cupuaçu. Hoje a produção foi reduzida a menos de mil mudas e o cenário de abandono sugere que a intenção é paralisar por completo o viveiro. “A paralisação do polo é um prejuízo imenso principalmente no atendimento ao pequeno produtor que não tem como comprar essas mudas”, afirma o diretor do Sindicato, Otoniel Araújo das Chagas. .

No lugar, o que chama a atenção são carros abandonados. Há picapes e carros de passeio já tomados pelo mato, o que sugere desperdício do dinheiro público. “Esses carros não deveriam estar na rua sendo usados na atividade de extensão rural e defesa agropecuária? E se não servem mais, não seria o caso de serem leiloados ou transformados em sucatas?”, indaga do diretor Sindical.

Sobre o abandono dos viveiros, o Sindicato já havia denunciado situação parecida em Abaetetuba, onde foram apontadas também situação degradante de trabalho dos servidores que atuam no local.

Uma reunião chegou a ser feita com a direção da Sagri, mas até agora, as condições de trabalho não melhoraram, o que pode levar os trabalhadores a denunciarem a Sagri e o governo por situação análogo à de escravo ao Ministério Público do Trabalho.
Os trabalhadores denunciaram que no local não havia água potável, nem equipamentos de proteção. O percurso da sede do município ao local do trabalho é feito a pé ou de bicicleta porque a Secretaria não estaria disponibilizando transporte. São oito quilômetros de uma estrada perigosa e toda esburacada.

(Diário do Pará)