Diálogo configura, pelo menos, três crimes

Segundo um advogado ouvido pelo DIÁRIO, que preferiu não se identificar, o caso, que precisa ser investigado, envolve pelo menos três crimes. O primeiro é de quebra de sigilo fiscal, caso Nilo Noronha, que é subsecretário de Administração Tributária, tenha de fato fornecido a listagem pedida pela filha do governador.

O segundo é o de concussão, caso a lista se destinasse a exigir dinheiro dessas empresas, sob pena de algum tipo de represália. O terceiro é o de corrupção passiva, que é quando um funcionário público solicita ou recebe, para si ou para outrem, vantagens indevidas.

Os três crimes são puníveis com penas de prisão. O advogado também afirmou ser possível o enquadramento das pessoas que teriam participado da operação abafa, para proteger Izabela, já que se trata de ocultação de provas.

Um fato que também impressiona é o “à vontade” com que Izabela sempre agiu no governo Jatene. Ela jamais recebeu nem sequer um voto do distinto eleitorado e nem é “otoridade” – mas se comporta e é tratada como se fosse. Tudo sob o silêncio do Ministério Público, que parece jamais ter se preocupado em investigar o nepotismo no governo Jatene.

Confira abaixo a conversa entre Izabela Jatene e Nilo Noronha:

Com tamanha impunidade, não admira que haja várias denúncias envolvendo Izabela. No programa Pro paz, que ela comanda, são graves e várias as irregularidades, muitas delas denunciadas pelo DIÁRIO, desde o ano passado. Há, por exemplo, milionárias dispensas de licitação para favorecer determinadas empresas (ver matéria sobre esquemas de favorecimento de empresas que prestaram serviços nas caravanas do Pro paz, nesta edição), algumas delas enroladas com a Justiça em outros estados. Nada, porém, é devidamente investigado, por quem de direito.

(Diário do Pará)