“Espremida”, população sofre de todas as formas

A superlotação é uma das principais críticas dos usuários a Zenaldo Coutinho. Eles também reclamam das condições físicas dos coletivos. “Tudo bem que de manhã é mais complicado. As pessoas vão trabalhar, vão pra escola, mas os ônibus cheios do jeito que estão, não é aceitável. No final de semana melhora, mas até no domingo os ônibus que vem de Icoaraci e principalmente de Outeiro estão cheios. Além disso, eles vão sujos e estão muito velhos. Até casca de cebola e barata eu já vi” afirmou o estudante Edson Motta.

Na medida em que o sol vai esquentando, nas paradas o aglomerado de pessoas aumenta. As 7h30, com o trânsito mais pesado, flagramos pessoas penduradas nas portas dos coletivos, e muita reclamação. “Semana passada eu me senti muito humilhada.

Voltei pra casa chorando. Aqui no início da Augusto Montenegro, os motoristas já passam direto. Quando eles param, uma fila se forma, e as pessoas tentam entrar, se espremendo para conseguir um lugar, e nisso, o embarque demora. Os motoristas começam a gritar, acelera o carro, como se fossem partir. Um me falou coisas feias. Não peguei o ônibus e voltei pra casa chorando. O pior é que não vemos nenhuma fiscalização. Nada”, relatou a universitária Weslany Luz.

Quando os ônibus paravam, a equipe de reportagem tentava falar com os motoristas, mas muitos seguiam furiosos. Apenas um, identificado como Osvaldo, disse que a situação fogem do controle dos funcionários.

“Não podemos fazer nada. A lotação desse carro é de 47 pessoas sentadas e 30 em pé e levamos mais de 70, espremidas, claro. Não tem muito carro que circule aqui na Montenegro para o centro. A população sofre, mas temos que levar. Cumprimos ordem”.

(Diário do Pará)