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Doente aguarda avaliação há dois meses em PSM

Familiares de um homem internado há dois meses no Hospital de Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti (PSM da 14 de Março) estão preocupados com a falta de intervenção médica. Gleidimar Cordeiro de Almeida, 37 anos, sofreu uma fratura no fêmur esquerdo

Familiares de um homem internado há dois meses no Hospital de Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti (PSM da 14 de Março) estão preocupados com a falta de intervenção médica. Gleidimar Cordeiro de Almeida, 37 anos, sofreu uma fratura no fêmur esquerdo e quando recorreu ao pronto-socorro, segundo os familiares, a equipe médica informou que não precisava de operação cirúrgica e o paciente voltou para casa sem nenhum procedimento operatório.

Passado o primeiro mês, Gleidimar começou a sentir fortes dores no local da fratura, próximo a virilha. O local começou a apresentar um volume e coloração diferente do tom da pele, aparentando um tumor. O paciente retornou ao hospital e foi novamente internado, sem nenhuma indicação de cirurgia.

Após dois meses, o paciente está em um quarto isolado. Já aberta e de considerada dilatação, a lesão, começou a exalar mau cheiro e apresentar uma coloração escura, aparentando uma infecção severa. Os familiares temem pelo pior. “Meu irmão está aqui, sem nenhuma resposta positiva por parte dos médicos. Hoje o ortopedista veio fazer uma visita e disse que se ele tivesse um bom acompanhamento médico, com o auxílio de antibióticos ele progrediria e não precisaria amputar a perna, mas a situação é essa: ninguém nos dá uma posição clara sobre o estado dele, se vão operar ou tirá-lo daqui”, afirmou a irmã Izaura Almeida.

Além da situação de longa espera por algum posicionamento do Hospital, seu Gleidimar está em um quarto onde o aparelho de ar-condicionado não funciona e os acompanhantes são obrigados a trazerem ventiladores para suportar o clima quente. Por conta do calor e da posição em que o paciente fica a maior parte do dia, feridas já começaram a surgir em suas costas.

O estado do quarto e dos corredores do pronto-socorro também são motivos de vergonha, para os familiares. Uma parte do teto de um corredor geral desabou, ocasionando mais riscos à saúde dos pacientes. Como se bastassem todos esses problemas, no mesmo corredor, foram vistos pombos circulando pela área e até ninhos já foram feitos pelas aves no mesmo espaço que dá acesso aos andares em que os pacientes estão internados.

ELEVADOR PERMANECE QUEBRADO

Izaura Almeida informou que protocolou um pedido de intervenção pelo Ministério Público, na Promotoria de Justiça de Direitos Humanos, mas até agora nada foi resolvido. “Desde que ele entrou, aqui fiz logo o cadastro dele na central de leitos e, como ele está muito debilitado e a ferida muito infeccionada, foi recusado na Beneficente Portuguesa, onde achamos um leito disponível”, pontuou.

A prima do paciente, Jaciara Maria Almeida, relatou o sofrimento compartilhado por todos. “Tem gente que vem de longe acreditando que vai ser bem atendido aqui e receberá tratamento, mas não tem... as camas têm colchões duros, muitas vezes só no ferro e, mesmo aqui, não recebe o tratamento que precisa”, desabafou Jaciara Almeida, 54 anos.

Outros familiares de pacientes internados naquele hospital se mostraram indignados com a situação de abandono a que eles estão submetidos. Izaura Almeida contou que o elevador quebrado há mais de mês está prejudicando os pacientes que precisam fazer exames como os de raio x e tomografia. “Eles não podem andar e de maca, só pelo elevador, mas quebrado não leva ninguém a lugar nenhum. Para fazer esses exames, só se eles fossem carregados todos os dias”, explicou.

(Diário do Pará)

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