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Portadores de Hanseníase são esquecidos na Colônia

A hanseníase, doença infecciosa e contagiosa conhecida no passado como lepra, é causada por um bacilo denominado Mycobacterium leprae. A hanseníase no Pará é um problema histórico. Só em 2013, o Pará, registrou 3.494 casos da doença. Aqui, o índice de

A hanseníase, doença infecciosa e contagiosa conhecida no passado como lepra, é causada por um bacilo denominado Mycobacterium leprae. A hanseníase no Pará é um problema histórico. Só em 2013, o Pará, registrou 3.494 casos da doença. Aqui, o índice de pessoas com a doença é três vezes maior do que a média nacional.

A Vila de Santo Antônio do Prata, situada no município de Igarapé-Açu, criada por volta de 1908, como “Colônia do Prata”, considerada a mais antiga colônia de hansenianos do Pará, a cerca de 110 quilômetros de Belém, chegou a atender mais de 13 mil portadores da doença, de acordo com os registros arquivados em um velho armário exposto na recepção da antiga Unidade de Saúde da comunidade.

PRECONCEITO

Morando há mais de 30 anos na Colônia do Prata, o paciente Pedro Santana afirma que o lugar vive esquecido pelas autoridades. Ele diz além de sofrer preconceito por causa da doença, que deixa manchas na pele e que é transmitida pelas vias respiratórias, os moradores ainda são obrigados a suportar as más condições, pouca alimentação e a dificuldade em receber o tratamento garantido por Lei. “Aqui falta de tudo. Não temos uma alimentação adequada, os remédios receitados pra nossa doença, muitas vezes temos que comprar, a falta de energia é quase que diária e o posto e a unidade de saúde nem sempre tem médicos. A segurança é outro problema grave que nós enfrentamos aqui”, fala emocionado o paciente.

Afetado por infecções causadas pela doença, o paciente Eugênio Araújo, de 63 anos, ainda recorda o dia em que chegou à Colônia do Prata. Ele diz que faz tanto tempo que já perdeu até o contato com a família, que segundo ele, reside em Bacabal, no Maranhão. “É lamentável a nossa situação”, finalizou.

A Vila Santo Antônio do Prata já foi alvo de inúmeras denúncias de moradores e portadores de hanseníase que são unanimes em apontar a falta de gestão pública na localidade.

PROMESSAS

Em um período de aproximadamente 4 horas percorrendo pelas ruas da localidade registramos que, apesar de promessas do poder público, a situação está cada vez pior.

Nos pavilhões que servem de alojamentos aos pacientes a precariedade é visível. O sistema hidráulico dos banheiros, como torneiras e chuveiros apresentam vazamentos. Alguns pavilhões já foram desativados por falta de manutenção. Um enorme forno danificado e sucatas de que seriam no passado, equipamentos utilizados no preparo de massa para a fabricação de pão, identificam o prédio onde um dia funcionou a padaria do lugar, mais hoje sofre com o descaso e abandono.

Na principal unidade de saúde da localidade, administrada pelo governo do Estado, a situação é gritante. No prédio construído por volta de 1936, muitas dependências também foram desativadas por falta de cuidados. Registros e documentos de pacientes estão jogados em um velho arquivo, bem longe da informatização. Os equipamentos de saúde estão sucateados. O abandono do imóvel e a falta de estrutura retratam o drama da má gestão pública. A ausência de médicos, medicamentos e assistência aos pacientes são apenas uns dos muitos problemas vividos pela população da centenária vila.

“Estamos jogados a própria sorte”, diz abertamente a sexagenária Maria do Carmo, moradora de uma das casas situada no entorno do complexo de pavilhões antigos. Ela denuncia a falta de segurança no local. A única unidade policial foi desativada há muito tempo. O prédio que antes acomodava policiais, agora serve de abrigo improvisado para os professores da rede estadual de ensino. “A falta de policiamento atraiu bandidos. Aqui já presenciei assaltos e até a prisão de um traficante internacional de drogas, que se instalou em nossa comunidade e fez um laboratório de refino de cocaína”, disse. (com informações de Reginaldo Ramos)

Sespa

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa que a Unidade Básica de Saúde (UBS) da Colônia do Prata dispõe de dois médicos para atender a população, sendo um clínico geral e uma pediatra. Informa ainda que a unidade funciona como retaguarda para a UBS de responsabilidade do município, que funciona ao lado. Devido ao aumento da demanda de pacientes, o estoque de medicamento, reposto a cada trimestre, ficou comprometido.

(Diário do Pará)

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