Rodoviários pararam o trânsito na avenida Portugal

Motoristas e cobradores da empresa Eurobus interditaram, ontem pela manhã, o trânsito na avenida Portugal, em frente à chamada “Pedra do Peixe”, no Ver-o-Peso. O protesto ocorreu depois que uma fiscalização surpresa da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), na madrugada de ontem, lacrou 15 ônibus da frota da viação por constatar irregularidades nos coletivos.

Os trabalhadores temem demissão coletiva e perda de postos de trabalho. Por conta da manifestação, o trânsito nos bairros do Reduto e da Campina ficou complicado. Agentes da Semob orientavam os motoristas.

Altair Brandão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Pará, afirma que os rodoviários não são contra as ações da Semob, mas discorda da forma com que os rodoviários estão sendo tratados.
“Não se pode simplesmente lacrar os carros, impedir que os profissionais trabalhem e não dar nenhuma posição pra gente. São pais de família que estão aqui preocupados porque não sabem se vão ter seu emprego ainda”, diz.

O cobrador Jean Maia, 28 anos, trabalha há seis na Eurobus e está receoso com o futuro incerto da empresa. “Em questão de horas, colocaram outra empresa para operar nas linhas, como é que pode isso? A gente não sabe nem se vai receber por causa dessa situação. Tá todo mundo com medo”, desabafa. Uma comissão formada por representantes sindicais e rodoviários foi recebida no Palácio Antônio Lemos, sede do poder municipal.

POSTOS MANTIDOS

O prefeito Zenaldo Coutinho garantiu aos rodoviários que os cerca de 300 postos de trabalho serão mantidos. “Nós temos duas prioridades: garantir que a população tenha acesso a um transporte público de qualidade e manter os empregos já criados.

Edilberto Robson Ventania, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Belém, afirma estar satisfeito com o posicionamento da gestão municipal. “O papel do sindicato é garantir o emprego dos trabalhadores. Isso nós estamos fazendo. Agora, o prefeito precisa fazer a palavra dele e garantir que não vai haver nenhuma demissão”, comenta.

PRESSÃO

Altair Brandão diz que o sindicato continuará pressionando o poder público para que a segurança nos fins de linha seja reforçada. “Se o governo não der nenhuma posição no prazo de 45 dias que a gente colocou, os protestos vão se intensificar em toda a cidade”, antecipa.

(Diário do Pará)