O sonho da gestação foi interrompido para uma jovem grávida de nove meses, que veio do município de Barcarena, no Pará, e foi socorrida na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, em Belém, no último domingo, 20.
Familiares de R.S.M., de 17 anos, só ficaram sabendo na manhã de ontem que o bebê já estava sem vida há mais de cinco dias dentro do próprio ventre da paciente. Depois de esperar bastante por um leito na maternidade, a paciente conseguiu ser atendida na Santa Casa.
O marido da paciente, Fábio Júnior, disse que ele e os familiares foram ameaçados por funcionários da maternidade e que só foram recebidos depois de muita espera. “Quando saímos de Barcarena disseram que havia um leito aqui e viemos. Mas não receberam a minha esposa que já estava com a bolsa rompida. Se não tinha leitos porque fizeram a gente vir pra Belém?”, questionou.
PROBLEMAS
Ainda em frente a maternidade, os familiares disseram que não foram informados sobre o estado de saúde da paciente e que mesmo com a comprovação da morte do bebê nenhum procedimento operatório foi feito. “Se o meu filho já morreu o que estão esperando para retirá-lo da barriga dela? Estão esperando que ela também morra para que alguma coisa seja feita?”, desabafou Júnior.
O pai, o padrasto, o sogro, além do marido da paciente aguardavam informações sobre ela fora da maternidade sem dormir e sem ter onde ficarem. Angustiados, eles reclamavam da falta de estrutura da maternidade. “Passa tanta propaganda na televisão sobre a nova Santa Casa e o que vemos é um hospital que continua com os mesmos problemas que víamos anteriormente. É tudo mentira”, reclamou o padrasto.
Maternidade aguarda feto ser expelido naturalmente
Em nota, a Fundação Santa Casa do Pará informou que Rosana Silva Monteiro deu entrada na tarde deste domingo, 20 na maternidade. “A paciente grávida de 38 semanas apresentava óbito fetal.
A equipe médica ressalta que Rosana Monteiro foi acolhida e medicada conforme o protocolo do Sistema Único de Saúde (SUS) para que o bebê seja expelido naturalmente, porém, este procedimento pode levar até 48 horas”, diz o texto.
Ainda segundo a nota, a equipe médica esclarece que a paciente não necessita de cesária e não corre risco de morte.
(Diário do Pará)
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