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Riqueza X pobreza na cidade com maior PIB do Pará

Em abril deste ano a revista Exame, de grande circulação nacional, publicou uma matéria destacando que a riqueza do município de Parauapebas teria um prazo de validade. Nas páginas da revista, os especialistas informaram que essa riqueza teria um prazo de

Em abril deste ano a revista Exame, de grande circulação nacional, publicou uma matéria destacando que a riqueza do município de Parauapebas teria um prazo de validade. Nas páginas da revista, os especialistas informaram que essa riqueza teria um prazo de validade, apenas 20 anos.

Isso porque a pujança de Parauapebas se assenta em uma única atividade econômica, a exploração das jazidas de Carajás pela companhia Vale. Em 2013, ela extraiu 105 milhões de toneladas de minério de ferro em Parauapebas, um terço de sua produção dessa matéria-prima no país. Mas, fazendo uma análise menos superficial, é fácil afirmar que esse debate é infrutífero porque leva a crer que hoje a situação é boa em Parauapebas e que poderá piorar. Quando, na verdade, os problemas no município mais rico do Pará estão ocorrendo agora, justamente na época das vacas gordas. E provar isso é fácil, com a ajuda dos números.

Por exemplo, o Produto Interno Bruto (PIB) de Parauapebas cresceu 144% entre os anos de 2008 a 2011, enquanto a média nacional não fez nem cócegas no mesmo período. Ficou em apenas 10%.

Outra boa comparação para entendermos o valor de todas as riquezas do município é que o PIB do Pebas supera o de Belém (capital do Pará). E não é só isso: supera também o dos Estados do Tocantins, Roraima, Acre e Amapá.

Para quem não sabe, Parauapebas foi o município campeão em exportações no Brasil em 2013. Somente a exportação de minérios gerou US$ 10 bilhões em divisas, enquanto São Paulo, o segundo colocado, gerou US$ 8,6 bilhões. Quem mora em outro Estado deve imaginar que Parauapebas é um primor de cidade, com ruas totalmente asfaltadas, saneamento básico com 99% de atendimento à população, sem problemas de moradia e com violência reduzida a taxas de países da Escandinávia (região bastante desenvolvida da Europa)... Não. Na verdade, o que ocorre é exatamente o contrário. Em Parauapebas nada menos de 22 mil famílias vivem em habitações precárias.

A maior parte do esgoto corre a céu aberto e o índice de coleta de lixo é de apenas 13%, enquanto a média brasileira é de 48%, o que já é considerada longe do ideal. No quesito violência, Parauapebas revela um cenário de verdadeiro “Faroeste Caboclo”, com uma taxa anual de 60,5 homicídios por 100.000 habitantes, ficando vergonhosamente entre as 100 cidades mais violentas do Brasil.

A divulgação desses números não é uma crítica à Vale ou mesmo à prefeitura municipal. É uma crítica ao modelo de produção implantado em regiões de riqueza mineral.

Morros verdes substituídos por terra plana.

Para professor, desenvolvimento nunca chegou.

(Sucursal Marabá/Diário do Pará)

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