Porto de Camará continua interditado no Marajó

Os manifestantes do movimento Acorda Marajó continuam interditando neste domingo (22) o acesso de veículos ao porto de Camará, principal via de ligação entre os municípios de Soure, Salvaterra e Belém. O protesto iniciou neste sábado (21), em um movimento contra o reajuste nos preços das passagens de balsas, e está impedindo totalmente o transporte de cargas na área.

Segundo os manifestantes, o valor das passagens aumentou 18%, medida que foi considerada “abusiva” pelos moradores do local, que fecharam a via de acesso ao porto com apoio da Cooperativa de Transporte de Cargas e Vans da região.

O grupo pede a suspensão imediata do preço, e que seja realizada posteriormente uma reunião entre empresa, moradores e Ministério Público para decidir sobre reajustes nos preços. Eles ainda afirmam que já tentaram negociar com a empresa que realiza transportes na última segunda-feira (16), mas que não foram recebidos, o que mobilizou o protesto, como forma de pressionar uma negociação.

Os moradores afirmam que, além do preço ficar excessivamente caro, 97% do abastecimento comercial é feito por caminhões que utilizam o porto, portanto o reajuste no preço da passagem poderá afetar o preço final de produtos da região, como alimentos e combustíveis.

Durante a manhã de hoje, os manifestantes ainda chegaram a interditar durante a manhã de hoje o porto de Caldeirão, após uma balsa que deveria aportar em Camará fazer o desvio para tentar furar o bloqueio. Após a balsa desistir de tentar desembarcar, o porto foi liberado.

Os membros do Acorda Marajó irão se reunir durante a tarde e discutirão se o protesto deve continuar até amanhã.

PREJUÍZOS

A interdição do porto de Camará já começa a causar diversos prejuízos para moradores e visitantes do Marajó. Segundo os próprios manifestantes, a falta de abastecimento na região já começa a ser sentida, e em breve diversos produtos, como alimentos, deverão ficar escassos.

O problema ainda afeta visitantes da região, como Wellington Bandeira, que estava visitando Salvaterra com a esposa e um casal de amigos e ficou preso pelo bloqueio. “Nossa passagem era para ontem, mas fomos pegos pela interdição do porto”, contou. “Estamos com um casal do Rio de Janeiro, que iria pegar o voo pra casa às 13h30 de hoje, mas já perderam. Provavelmente vão ter um prejuízo financeiro”.

“É uma situação complicada. O que deixa mais chateado é que a empresa não se comunica com os usuários, ficamos sem respostas”, continuou Wellington. “Vamos deixar nosso carro na pousada e seguir de navio pra Belém. Depois, poderemos entrar em contato com a empresa pra discutir sobre ressarcimentos”, concluiu.

(DOL com informações de Dário Pedrosa/Diário do Pará)