As operadoras de telefonia móvel continuam tirando o sono dos seus usuários. Além da cobertura ineficiente, da falta de sinal, do atendimento demorado e da falta de comunicação, o serviço de internet móvel oferecido pelas empresas também ganha um espaço privilegiado nas denúncias dos consumidores.
Segundo o balanço do mês de abril, da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no Pará, cuja população estimada em 2013 era de 7.969.654, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), existem 9.186.088 linhas ativas na telefonia móvel. E, de acordo com o Procon-PA, após a concessionária de energia, as empresas de telefonia móvel vêm em segundo lugar no topo das reclamações dos consumidores no órgão.
O advogado Gabriel Pinto foi usuário da empresa de telefonia Vivo. Insatisfeito com os serviços, ele optou por outra operadora. “Antes, a Vivo me dava o que eu precisava. Com um tempo, seu serviço teve a qualidade bem reduzida. Eu preciso muito acessar a internet, e em alguns lugares, como no Fórum Cível, ela não pega. Depois eu descobri que a empresa estava limitando minha velocidade. Pagava 1 mega por segundo, e para eu usar a internet 4G, teria que pagar a mais, sendo que eu já estava pagando um valor considerável pelo meu plano atual”, explica.
Não satisfeito com o serviço ineficiente da operadora, o advogado aderiu ao plano de outra empresa pagando o mesmo valor que o da Vivo. “Eu comprei outro chip e pago o mesmo valor que antes eu pagava a Vivo, sendo que agora tenho um serviço bem melhor e rápido. Além dos problemas com a internet da Vivo, notei muitas informações desencontradas e propagandas enganosas de promoções que eram divulgadas, mas que valiam apenas nas regiões Sul e Sudeste”, argumenta.
Outro problema mencionado pelos usuários da empresa é a demora na comunicação direta com o atendimento, nos fins de semana. O arquiteto Luiz Alberto procurou o Procon, e denunciou a empresa. “É muito complicado quando temos uma dúvida, queremos adquirir um serviço ou até mesmo quando temos alguma reclamação para fazer e a empresa não atende. Já passei horas no fim de semana tentando pedir à Vivo a renovação do meu plano de internet, que só pode ser feito através do atendente, e não consegui falar com eles. Além da gravação que dá todas as opções de serviços, e menos essa, tive que fazer três tentativas, com 30 minutos cada, e não consegui falar com eles”.
QUEDAS COMUNS
Em relação à cobertura ineficiente e as quedas nas ligações, a operadora de telefonia móvel TIM também aparece no ranking das reclamações.
O estudante do curso de Publicidade e Propaganda Maxleno Júnior vive alguns problemas com sua linha. “É muito comum as quedas de ligações na TIM. Os telefonemas caem e os créditos também são consumidos. Quando ligamos para reclamar, eles nos atendem e dizem que a ligação foi feita normalmente, e que após 15 segundos os créditos são debitados. Além das quedas e falhas nas ligações, a falta de cobertura e a ausência de sinal são constantes na operadora”.
Segundo a dona de casa Renata Trindade, muitas vezes seus créditos foram consumidos sem ela ter usado. “Eles fazem uns planos que não pedimos e usam nossos créditos. Coloquei uma recarga de R$ 15 e desapareceu R$5,90. Liguei diversas vazes exigindo que devolvessem minha recarga. Depois de seis ligações e muito aborrecimento, uma atendente devolveu o valor que tinha misteriosamente desaparecido. Ela disse que eu estava concorrendo a uma promoção, sendo que eu não solicitei à operadora. Isso é um absurdo, um desrespeito com o consumidor”.
VIVO LIDERA RECLAMAÇÕES EM SITE
Embora sem peso jurídico, o respeitado site “ReclameAqui” é uma ferramenta muito usada por consumidores insatisfeitos e no ranking do “descontentamento” a Vivo lidera, com 346 reclamações, e em quinto lugar está a Tim. Ainda no site, em 36.742 avaliações a nota atribuída à Vivo pelos consumidores é de 5,15.
O tempo médio para as reclamações serem atendidas pela empresa é de 4 dias e 3 horas, sendo que 75,7% das reclamações foram atendidas e apenas 55,7% das pessoas voltariam a fazer negócios com a empresa.
CONTRA A TIM
Já a empresa de telefonia móvel TIM teve 11.759 avaliações em 30 dias, sendo que 66,3% dos problemas tiveram soluções e 45,9% dos clientes voltariam a ser clientes da empresa.
COMO DENUNCIAR
Os consumidores que se sentirem lesados com as operadoras podem procurar o Procon-Pará. “Nós fazemos a defesa e a proteção do consumidor de acordo com as normas e regulamentos da Anatel. Os usuários que se sentirem lesados devem primeiro procurar a empresa e, se não obtiverem nenhuma resposta, podem se encaminhar ao Procon com o número do protocolo de atendimento, a nota fiscal do aparelho e os documentos de identidade, CPF e comprovante de residência”, detalhou Arliane Correa, diretora do Procon- Pará.
RESPOSTAS
Em nota da assessoria de comunicação, a Telefônica Vivo informa que “possui como política priorizar a solução dos problemas de seus clientes. Na busca constante por melhoria, a empresa inova em sistemas de atendimento, como a gestão de fornecedores com foco na qualidade e opções de atendimento eletrônico, como SMS, chat online, internet e aplicativo para smartphones”.
A Vivo informa também que “a maior parte dos recursos aplicados no país nos últimos anos, equivalente a R$24,3 bilhões entre 2011 e 2014, destina-se à expansão e modernização da infraestrutura de redes e sistemas”.
A nota afirma ainda que “a busca pela qualidade, entre outros resultados, confere à Telefônica Vivo a melhor performance no Índice de Desempenho de Atendimento (IDA) da Anatel, onde a empresa ocupa o primeiro lugar entre as operadoras móveis com atuação nacional”.
A Vivo diz que tem mais de 3,2 milhões de linhas ativas no Pará.
TIM
Em nota à redação, a TIM se limitou a informar que direciona seus esforços para a reduzir os índices de reclamações dos usuário e que, ao longo dos últimos anos, a operadora vem investindo em ações de melhoria como modernização dos sistemas de relacionamento, aposta na multicanalidade para ampliar as possibilidades de contato dos usuários e oferecer maior comodidade, reforço constante da capacitação dos consultores de atendimento, maior simplificação do portfólio de ofertas, buscando reduzir dúvidas dos consumidores, dentre outras.
(Diário do Pará)
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