Dilma Rousseff cumpre agenda nesta sexta em Belém

A presidente Dilma Rousseff deverá participar no final da manhã de hoje, em Barcarena, da cerimônia de inauguração de um complexo portuário construído no Pará pela Bunge, uma das maiores empresas do mundo na área do agronegócio e alimentos. O complexo, que terá capacidade de escoamento de até 2,5 milhões de toneladas já em seu primeiro ano de operação, abrange uma estação de transbordo no rio Tapajós em Miritituba, município de Itaituba, e o terminal portuário Fronteira Norte (Terfron) localizado em Vila do Conde.

Também em Vila do Conde estava prevista, mas com uma hora de antecedência, a presença da Presidente da República na inauguração do projeto de ampliação do terminal de múltiplo uso do complexo administrado pela Companhia Docas do Pará (CDP). A estatal, vinculada à Secretaria de Portos, chegou a distribuir convites para a cerimônia, mas, no final da tarde de quarta-feira, emitiu um comunicado à imprensa informando, em tom lacônico e sem maiores esclarecimentos, que o evento fora adiado.

O comunicado foi expedido pelo presidente da CDP, Carlos José Ponciano da Silva. O surpreendente anúncio do adiamento coincidiu com um momento de transição administrativa na Companhia Docas do Pará, cujo comando, segundo versão corrente dentro da empresa, no setor de navegação e também nos meios políticos, deverá ser substituído nos próximos dias. A troca de diretoria na CDP é ditada pelos movimentos do tabuleiro político na base de apoio do governo federal no Pará.

O complexo portuário da Bunge, a ser inaugurado hoje, oferece ao Pará e ao Brasil uma nova rota de exportação de grãos. Presente no Estado há mais de dez anos, a Bunge investiu R$ 700 milhões na infraestrutura portuária e na logística, esta última em parceria com a Amaggi, e a expectativa é de que o empreendimento vá gerar cerca de 350 empregos, entre diretos e indiretos. “Esse novo investimento permitirá transformar e alavancar o desenvolvimento do Norte do país, melhorando a logística de grãos e gerando uma alternativa mais rápida, econômica e eficiente para o escoamento dos grãos brasileiros para o mundo”, afirma Pedro Parente, presidente e CEO da Bunge Brasil.

A maior parte da soja e do milho embarcados em Barcarena seguirá para a Ásia e Europa. Até o final de 2015, o Terfron será o segundo maior terminal exportador da Bunge Brasil, com capacidade de escoamento de quatro milhões de toneladas/ano, ficando atrás apenas do TGG (Terminal de Granéis do Guarujá), no Porto de Santos (SP), que exportou cerca de oito milhões de toneladas em 2013.

De acordo com Murilo Braz Sant’Anna, vice-presidente de agronegócio da empresa no Brasil, a Bunge também está investindo num modelo de transporte menos poluente e mais eficiente, utilizando para isso a hidrovia Tapajós/Amazonas, por meio da Unitapajós, uma joint venturecom o Grupo Amaggi. “Estamos diversificando a matriz logística do país, ainda muito dependente de caminhões e trens”, afirma Murilo Braz, acrescentando que a Bunge se coloca numa posição privilegiada ao ganhar uma nova rota de escoamento de grãos.

O diretor de logística e agronegócio da Bunge, Júnior Justino, observou que cada comboio de 20 barcaças, o padrão que vai operar na rota Miritituba/Terfron, transporta 40 mil toneladas de grãos, o que equivale a mais de mil caminhões ou a 4,5 trens de carga por viagem. “Esse é um empreendimento importantíssimo para o Estado do Pará e também para o Brasil. Com a nova rota, vamos contribuir para o desenvolvimento da região, ao mesmo tempo em que desafogaremos o sistema logístico do Sudeste, que há muito tempo trabalha acima do limite”, acrescentou.

(Diário do Pará)