Entra para o terceiro dia, hoje, a operação de busca pelo bimotor Baron, prefixo PR-LMN, da Jotan Taxi Aéreo, que desapareceu na última terça-feira (18), próximo ao município de Jacareacanga, no sudoeste paraense. Ontem, a Força Aérea Brasileira percorreu 80% da área delimitada para a operação e nada foi encontrado. As condições meteorológicas e densidade da vegetação atrapalham a procura pela aeronave e das cinco pessoas que estavam a bordo – o piloto, Luiz Feltrin, e mais quatro funcionários da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
Aviões particulares de outras companhias de táxi aéreo auxiliam nas buscas, que estão sendo feitas por um helicóptero e um avião da FAB. Enquanto nenhuma pista é encontrada, familiares das pessoas que estavam no bimotor esperam angustiados.
Ontem, as buscas começaram por volta do meio-dia, por causa da forte chuva que caiu sobre a região pela manhã. A operação foi suspensa por volta das 17h, devido às condições de visibilidade. De acordo com o Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), a operação é feita sem o auxílio de equipamentos eletrônicos. “O avião que está na operação é especializado em operações de buscas visuais e o helicóptero é adequado para salvamento”, destacou a tenente
Elianne.
Em aproximadamente cinco horas de buscas, as aeronaves percorreram uma área de 1.606 Km², o equivalente a 80% do território delimitado. “Amanhã (hoje) a área poderá ser estendida, caso a aeronave e as pessoas não sejam encontradas”, frisou a oficial. O Exército, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros auxiliam nas buscas, inclusive algumas equipes seguem por terra.
ANGÚSTIA
Enquanto isso, os familiares de pessoas que estavam a bordo do bimotor desaparecido demostraram angústia e preocupação pelo ocorrido. Em nota, a Sesai confirmou a lista de passageiros e também o nome do piloto. “Estavam a bordo as técnicas de enfermagem Rayline Sabrina Brito Campos, Luciney Aguiar de Sousa e Raimunda Lúcia da Silva Costa, o motorista Ari Lima e o piloto Luiz Feltrin”, informou a assessoria da secretaria, que acrescentou que os servidores iriam substituir as equipes que já prestavam atendimento nas aldeias da etnia Munduruku.
A técnica em enfermagem Rayline Sabrina Campos chegou a enviar para o tio, Rubélio Santos, mensagens de celular momentos antes do acidente. No texto ela disse que um dos motores do avião tinha parado e que estava em pânico. Pediu que ele dissesse para a sua mãe que a ama e que, se saísse bem dessa viagem, iria avisá-lo. Em seguida, pediu socorro e informou que o avião estava caindo.
“Depois mandei respostas para ela e ela não retornou, e depois liguei e só dava caixa de mensagem, ela pediu que eu não avisasse a minha esposa no momento, só depois. Passaram-se as horas e eu liguei para um amigo da Infraero e foi quando eu fiquei sabendo que o avião tinha desaparecido”, relata emocionado Rubélio Santos.
A sobrinha da técnica em enfermagem Raimunda Lúcia da Silva Costa, 33, Maria da Conceição Lameira, procurou a TV RBA em busca de mais informações. Na oportunidade, a equipe de reportagem conversou com ela, que disse que todos estão sem notícias e que o contato é apenas com a coordenação da Secretaria de Saúde Indígena.
“A gente liga para o distrito, eles dizem que não encontraram nada e a gente está aqui muito angustiado, a tristeza é grande demais. Nessa viagem ela quase não ia, ela disse que seria a última vez que ela iria, que ela queria ficar aqui cuidando do filho”, disse Maria, emocionada. A técnica em enfermagem tem um filho de três anos de idade.
Religiosa, a tia de Luciney Aguiar, Clemilda Cajado, começou a fazer uma corrente de orações para que a sobrinha seja encontrada com vida. “Entreguei nas mãos de Deus. Ela saía de casa feliz porque ia trabalhar”, lembra.
(Diário do Pará, com informações da RBATV)
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