Funcionalismo público fará paralisação

A paralisação do funcionalismo público, que inicia nesta segunda-feira, faz parte de um calendário nacional de várias categorias, dentre elas as da educação, saúde, assistência social e do fisco. Serão três dias de paralisação, envolvendo servidores nas esferas municipal, estadual e federal.

O reajuste de 15% sobre o salário é uma das principais pautas dos profissionais da educação, sendo 9% da estimativa da inflação regional somada a 6% referente à inflação do período. Parte da pauta do Estado tramita, em caráter de urgência, na Assembleia Legislativa do Estado (AL) em forma de um documento protocolado em janeiro.

“Percebemos que falta vontade política de votarem o projeto de lei sobre a campanha salarial. Há mais de dois meses está na Assembleia e até agora não foi votado”, afirmou Mateus Ferreira, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp).
“Nós vamos iniciar uma campanha para identificar deputados que não estão nos apoiando e vamos divulgar os nomes de todos eles em um documento”. Segundo o coordenador, o ano letivo dos alunos pode ficar comprometido. “É importante ressaltar que a falta de definição sobre essa pauta nos obriga a parar as atividades, prejudicando o ano letivo dos alunos”, alertou.

MOBILIZAÇÃO

Algumas passeatas estão agendadas a partir da segunda-feira, quando inicia a paralisação. Na segunda, a caminhada sairá da Escadinha do Cais do Porto, às 8h. Na terça, haverá um ato em frente à Prefeitura de Belém, seguida de uma passeata até a AL. No dia seguinte, ocorrerá um debate sobre o financiamento da educação.

Já os servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) vão fazer uma paralisação em todo o Estado na próxima terça-feira para chamar a atenção do governo do Estado para os problemas enfrentados na instituição, principalmente nas Circunscrições Regionais de Trânsito (Ciretrans) em Santarém, Bragança e Abaetetuba.

Segundo o Sindicato dos Servidores do Detran (Sindetran), a paralisação vai alertar para as péssimas condições de trabalho dos servidores e buscar melhorias salariais, além da exigência de concurso público para a instituição. “Queremos abrir um diálogo com a Secretaria de Administração, mas não descartamos a possibilidade de uma greve”, alerta o presidente do Sindetran, Elison
Oliveira.

O presidente denuncia a situação dos servidores do interior. “Temos denúncias de que não há locais próprios para realização de vistorias, o que leva os servidores a correr o risco de realiza-las nas ruas, enfrentando chuva e sol. Alguns locais não têm computadores suficientes para os servidores”.

Segundo o sindicato, em Santarém, o Ciretrans está sem condições de trabalho, pois em outubro do ano passado foi iniciada uma reforma no local, mas que foi abandonada. “A empresa contratada pelo governo iniciou a obra e retirou forro, pisos, quebrou paredes e parou a obra nesta etapa, sem explicação aos servidores, e a abandonou, deixando um caos no local”.
Com a paralisação, o sindicato também quer chamar a atenção para a campanha salarial e a necessidade de mais servidores para o órgão. “Queremos um reajuste salarial de 15% para recuperar nossas perdas históricas. Além disso, alertar a população e a sociedade para a necessidade de concurso público para o departamento.

RESPOSTA

A assessoria da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) respondeu que só poderia se posicionar sobre o assunto na próxima segunda-feira, depois de ter conhecimento das questões levantadas no estudo.

A reportagem tentou fazer contato com a Secretaria de Comunicação (Secom) do governo, mas não conseguiu.

(Diário do Pará)