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Terminais hidroviários do Pará são precários

Reprovado. Se fosse um exame final essa seria a situação dos terminais de passageiros do Pará, de acordo com um levantamento encomendado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Nenhum terminal paraense apresentou padrão de atendimento el

Reprovado. Se fosse um exame final essa seria a situação dos terminais de passageiros do Pará, de acordo com um levantamento encomendado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Nenhum terminal paraense apresentou padrão de atendimento elevado. Apenas 12% dos terminais apresentaram padrão considerado médio. Os únicos considerados medianos foram o terminal hidroviário Domingos Moura Rebelo, em Breves, e o porto da CDP em Óbidos, que obtiveram percentual médio de 58%. Todos os outros apresentaram baixo padrão de atendimento, com percentuais médios da ordem de 22%.

O levantamento foi feito por uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA). Durante os anos de 2011 e 2012, dois coordenadores de campo e 15 pesquisadores coletaram dados em 64 terminais de passageiros no Estado. Com maior quantidade de terminais e portos hidroviários na região Amazônica, o Pará trata mal os próprios usuários.

A pesquisa é a maior até agora já feita num dos principais meios de locomoção de passageiros e transporte de cargas no Pará. Os pesquisadores avaliaram quesitos como o acesso, área para estacionamento de veículos, instalações e serviços, área de prestação de serviços públicos, salas de embarque e área de atracação. Os resultados foram desanimadores.

Apenas as ruas de acesso com boa capacidade de tráfego e a mão-de-obra para movimentação de carga foram itens considerados com padrão de atendimento elevado na pesquisa. O primeiro, com aprovação de 77,14% dos entrevistados, e o segundo, com aprovação de 80%. Com padrões considerados médios, estão a área compatível com a demanda de passageiros ao terminal (51, 43%), serviços de carregadores (68, 57%) e boxe de venda de passagens (51, 43%).

“Constata-se que esses terminais precisam, de forma imediata, passar por adequações na busca de padrões aceitáveis. Os terminais do Estado necessitam de melhorias, uma vez que apresentam baixo padrão de atendimento na maioria dos requisitos mínimos exigidos para um terminal de passageiros”, diz o relatório executivo produzido pela UFPA sob o título ‘Caracterização da oferta e da demanda do transporte fluvial de passageiros na Região Amazônica’. Outros estados, como Amazonas e Amapá, também foram alvo da pesquisa.

O relatório mostra que itens de atendimento como equipamentos utilizados nas operações de carga e descarga apresentam percentuais de atendimento igual a zero. Os avaliadores ressaltam que os terminais precisam de investimentos em obras de infraestrutura portuárias que permitam melhor atracação aos padrões de embarcação que utilizam os terminais. O padrão de adequabilidade dos terminais paraenses é de apenas 46%.

Ainda segundo o levantamento feito pelos pesquisadores da universidade, o padrão de atendimento global dos terminais em todo o estado mostra que 89% deles apresentam um padrão de atendimento baixo. Nenhum apresenta padrão elevado e 11% possuem um padrão médio de atendimento.

Passageiros pobres, investimentos pífios

A situação exclusiva de Belém não melhora muito a situação, embora esteja melhor que a dos estados do Amapá e Amazonas. O terminal hidroviário de Belém, o porto Bom Jesus e o terminal hidroviário do Henvil foram os que apresentaram nível de atendimento global elevado. Cerca de 30% dos terminais apresentaram padrão médio. O restante ficou abaixo do nível adequado de atendimento. A pesquisa fez o levantamento em 29 terminais na capital paraense.

“Esse padrão baixo pode ser explicado pelo fato de a maioria dos usuários ser de baixa renda e escolaridade”, diz o técnico da Antaq, Luiz Daniel, autor de trabalho acadêmico sobre portos e terminais na região.

Os números apóiam a afirmação de Daniel. Dos quase seis mil entrevistados pela equipe de pesquisadores da UFPA, a maioria tinha nível de escolaridade que oscilava entre o primeiro e o segundo grau. Mais de 70 % ganhavam no máximo três salários mínimos e pouco mais de 36% eram autônomos. Quase cinco por cento dos passageiros eram analfabetos e apenas 6% tinham o terceiro grau completo.

“Os terminais não são adequados e o perfil dos usuários mostra que há um desinteresse em investimentos públicos nesses locais”, diz Ana Paula Fajardo, chefe da Unidade Administrativa Regional da Antaq, que engloba Pará e Amapá. Segundo ela, por serem pessoas mais simples, os passageiros costumam não terem atendidos direitos básicos. “Antes era um copo para todos os passageiros, os colchões eram ruins. O nível de exigência é baixo porque são pessoas humildes em sua maioria”, diz ela. Mesmo assim, a Antaq recebe de 15 a 20 denúncias por mês. O problema é que a maioria é por atraso de partidas e chegadas.

(Diário do Pará)

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