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Criador do WikiLeaks, Julian Assange é preso em Londres

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, 47, foi preso pela polícia britânica na manhã de quinta-feira (11) na Embaixada do Equador, em Londres, no Reino Unido, em processo relacionado a um pedido de extradição feito pelos EUA. Ele estava asilado no

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, 47, foi preso pela polícia britânica na manhã de quinta-feira (11) na Embaixada do Equador, em Londres, no Reino Unido, em processo relacionado a um pedido de extradição feito pelos EUA. Ele estava asilado no local desde 2012.
Assange e o WikiLeaks foram responsáveis por vários vazamentos de documentos confidenciais do governo dos EUA. Em 2012, ele se refugiou na representação diplomática do Equador em Londres.
No entanto, Assange está sendo processado não pelos vazamentos e sim por por tentar violar as senhas e invadir um computador do Departamento de Defesa, segundo procuradores americanos.
O equipamento guardava informações confidenciais, num caso que envolveu a ex-analista de inteligência do Exército Chelsea Manning.
Manning, presa em 2010, foi condenada a 35 anos de prisão por vazar documentos ao WikiLeaks, mas teve a pena reduzida pelo então presidente Barack Obama e foi solta em 2017.
O Departamento de Justiça dos EUA informou que Assange pode ser condenado a até cinco anos de prisão por esse processo.
O governo britânico explicou que a decisão de atender ou não ao pedido dos EUA será tomada por um juiz da corte de Westminster, que levará em conta se o réu está sendo processado apenas por suas posições políticas, o tempo desde a realização dos crimes e a condição de saúde dele, entre outros fatores.
Em novembro, o WikiLeaks apontou que o processo contra Assange corria de forma secreta nos EUA, informação não confirmada à época pelo governo americano.
Detido em dezembro de 2010 na Inglaterra, Assange era alvo de uma investigação na Suécia por abuso sexual. Ele foi liberado alguns dias após pagar fiança, mas não conseguiu reverter o processo de extradição.
Como último recurso, o fundador do WikiLeaks buscou refúgio na representação diplomática do Equador. Ele passou a viver no local e, em 2017, obteve a cidadania equatoriana, que foi revogada nesta quinta.
A prisão acabou sendo possível com a cooperação do Equador. A polícia metropolitana de Londres disse que foi chamada pelo embaixador após o país retirar o asilo que protegia Assange.
A indisposição do governo equatoriano com Assange vinha se acentuando nos últimos meses. Ele não podia receber visitas ou acessar a internet desde março. No fim de 2018, ele entrou com uma ação na Justiça do Equador contestando os novos termos de sua estadia que determinavam que ele deveria pagar por suas contas médicas e de telefone e limpar a sujeira de seu gato.
No começo de abril, o presidente do Equador, Lenín Moreno, disse que Assange havia violado repetidamente os termos de seu asilo. Moreno também lembrou que o programador não podia "intervir na política de outros países, quanto mais na de países amigos".
Recentemente, o WikiLeaks publicou informes sobre os chamados Papéis Ina, que apontam para um esquema de corrupção ligando Moreno a uma empresa offshore no Panamá. O presidente nega as acusações.
O ex-presidente do Equador, Rafael Correa, que havia concedido o asilo em 2012, criticou duramente o sucessor.
"O maior traidor da história equatoriana e latino-americana, Moreno permitiu que a polícia britânica entrasse na nossa embaixada em Londres. Moreno é um corrupto, mas o que fez é um crime que a humanidade nunca esquecerá", tuitou Correa, que hoje vive na Bélgica.
O advogado de Assange no Equador, Carlos Poveda, disse que seu cliente não teve o direito de se defender.
Questionado por jornalistas se temia pela vida de seu cliente, ele respondeu: "Obviamente, porque há pena perpétua e também há pena capital [nos EUA]". Assange também já disse em entrevistas que teme ser assassinado na prisão nos EUA.
Alan Duncan, ministro britânico do Exterior, afirmou que Assange não será extraditado aos EUA se houver a possibilidade de ele ser condenado à pena de morte. "É nossa política em todas as circunstâncias, então isso se aplica igualmente a Assange."
Moreno disse que pediu ao Reino Unido garantias de que o fundador do WikiLeaks não será deportado para um país onde possa ser alvo de tortura ou de pena de morte. "O governo do Reino Unido confirmou isso por escrito, de acordo com suas regras", afirmou.
Mais cedo, o presidente escreveu em uma rede social que o Equador "decidiu soberanamente retirar o asilo diplomático a Julian Assange por violar reiteradamente convenções internacionais e protocolo de convivência".
Para o WikiLeaks, a retirada do asilo foi feita de forma ilegal e representa uma violação da lei internacional.
Em uma rede social, a plataforma publicou uma foto de Assange após a notícia de sua prisão, acompanhada do post: "Esse homem é um filho, um pai, um irmão. Ele ganhou dezenas de prêmios jornalísticos. Ele foi nomeado para o Prêmio Nobel da Paz todos os anos desde 2010. Pessoas poderosas, incluindo da CIA, estão engajadas em um esforço sofisticado para desumanizá-lo, deslegitimá-lo e aprisioná-lo".
Outro advogado do fundador do WikiLeaks disse que jornalistas do mundo todo deveriam ficar preocupados com a detenção.
"As alegações factuais contra o sr. Assange prejudicam [o jornalista a] encorajar uma fonte a passar informação e os esforços para proteger a identidade dessa fonte", disse Barry Pollack. "Jornalistas deveriam estar profundamente preocupados por essas acusações criminais sem precedentes."
A prisão de Assange gerou repercussões ao redor do mundo. A atriz Pamela Anderson, que o visitou diversas vezes na embaixada, atacou os governos do Equador e do Reino Unido, chamando Trump de "covarde tóxico". Segundo a protagonista de SOS Malibu, Asasnge é "um herói".
A estilista britânica Vivienne Westwood vestiu na semana passada uma camiseta com os dizeres "Eu sou Julian Assange", mas não se pronunciou na quinta, assim como a cantora Lady Gaga, outra apoiadora sua.
(Folhapress)
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