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Alvo de Trump, loteria de green cards tem 15 milhões de candidatos por ano

ESTELITA HASS CARAZZAI WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O sonho americano tem uma porta estreita, ao menos pelo caminho da "loteria de green cards", que virou alvo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: a cada 15 milhões de pessoas que se inscrevem

ESTELITA HASS CARAZZAI WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O sonho americano tem uma porta estreita, ao menos pelo caminho da "loteria de green cards", que virou alvo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump: a cada 15 milhões de pessoas que se inscrevem todo ano, apenas 50 mil são sorteadas e conseguem o visto, segundo dados do Departamento de Estado. Trump prometeu acabar com o programa de "vistos da diversidade" nesta semana, depois do ataque terrorista em Nova York cometido por um uzbeque contemplado no sorteio. O objetivo da loteria, que começou na década de 1990, é aumentar a diversidade dos Estados Unidos, dando residência permanente a populações pouco representadas no país. A única exigência para a inscrição é ter nascido em um dos países elegíveis e ter concluído o Ensino Médio. Atualmente, os africanos são os principais beneficiados pelo "visto da diversidade": abocanham 45% dos green cards sorteados. Depois vem a Europa, com 35% dos vistos, a maior parte em países do leste, como Ucrânia, Albânia e Moldávia. Em alguns desses países, o programa é tão popular que quase 10% da população local se inscreve -como na Libéria, Serra Leoa, Albânia e Gana. Mas, apesar de ter surgido num acordo entre democratas e republicanos, durante o governo de George H. W. Bush, a loteria suscita polêmicas -e não é de hoje. O Uzbequistão, onde nasceu o terrorista Sayfullo Saipov, é o terceiro país que mais conseguiu vistos nos últimos 12 anos: foram 29 mil contemplados. Na lista, também estão alguns países de maioria muçulmana incluídos no recente decreto anti-imigração de Trump, como Irã (21 mil vistos desde 2005), Sudão (7.900 vistos) e Venezuela (4.900 vistos). O debate sobre as implicações da loteria na segurança nacional ganhou força em 2002, quando um terrorista egípcio matou duas pessoas em Los Angeles. Ele havia conseguido entrar no país pelo sorteio: sua mulher foi contemplada, e ele, por consequência, ganhou o direito da residência legal. Um dos pilotos suicidas do 11 de Setembro também tentou o concurso duas vezes, sem sucesso. Em 2003, a então inspetora geral do Departamento de Estado chegou a recomendar, em relatório, que países com atividades terroristas fossem banidos do programa. Segundo o documento, agentes terroristas poderiam usar a loteria para entrar nos EUA como residentes, o que representava uma "séria vulnerabilidade". Anos depois, em 2007, uma comissão do Congresso concluiu que não havia provas de que os contemplados no programa representassem uma ameaça ou estivessem envolvidos em atividades terroristas. Mas recomendou medidas para evitar inscrições fraudulentas -em especial nos países onde a loteria é popular, e há agências que tentam, criminosamente, ganhar dinheiro com as inscrições, que são gratuitas. O Departamento de Estado argumenta que os sorteados passam por um processo rigoroso de seleção e entrevista, inclusive após serem sorteados, e que consegue identificar inscrições fraudulentas ainda no início do processo. Hoje, a loteria é responsável por cerca de 5% do total de green cards emitidos anualmente nos Estados Unidos. O programa já concedeu cerca de 1 milhão de green cards até hoje. Apesar do ultimato de Trump, o fim desse tipo de visto depende de uma decisão do Congresso. Em maio, ele já apresentou um projeto de lei para restringir green cards a imigrantes qualificados, o que também acabaria com o sorteio. Enquanto isso, a loteria está atualmente com inscrições abertas, até o dia 22. O sorteio acontece em maio. Brasileiros, porém, não podem participar do programa. Países com mais de 50 mil imigrantes legais nos Estados Unidos, número atingido pelo Brasil em 2007, não são elegíveis para as inscrições.

Fonte: FolhaPress

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