Corredora denuncia apologia ao estupro após foto de short

Uma professora norte-americana participou de uma meia maratona e postou uma foto da competição nas redes sociais. Depois, quando foi ler os comentários na publicação, ficou estarrecida com um internauta que afirmava: “não é de se admirar que corredoras são estupradas".

O caso ocorreu com Laurah Lukin, professora de educação médica na Universidade de Cincinnati, em Ohio, nos Estados Unidos. Ela divulgou a história para alertar sobre a persistência da cultura do estupro na sociedade.

Foto: Reprodução Facebook

Na postagem, é possível ver um internauta comentando: "Olhe para esses músculos e pernas". Abaixo, um homem comentou: "Isso é porque ela não tem roupa alguma e está correndo pela vida. Não é de se admirar que corredoras são estupradas".

Segundo a corredora, o primeiro pensamento que ela teve ao ler o comentário ofensivo foi criar justificativas para sua vestimenta. "Era uma corrida! O short é típico de competição, ele me deixa com uma aparência legal e fico mais rápida, minhas pernas se movem mais livremente, ele é divertido”, relatou Laurah em uma postagem no blog pessoal.

"Mas então eu parei. Eu imediatamente fiquei decepcionada que minha primeira reação a esses comentários horríveis foi de defender minha escolha por roupas.Afinal de contas, há fotos da corrida de homens sem camisa, com shorts curtos, apertados; e ainda assim ele não se sentiu motivado a comentar sobre um convite potencial deles para serem agredidos sexualmente", continuou a corredora.

APOIO

Com a divulgação do relato em seu blog, amigas de Laurah se juntaram em uma foto com roupas parecidas com a que ela estava vestindo no dia da corrida para apoiá-la, algumas inclusive com short de estampa de leopardo, a mesma que ela estava usando no dia da meia maratona.

"Agora eu estou achando que preciso de um short desse", comentou uma amiga de Laurah no Facebook.

"Enquanto esse homem pode acreditar que seus comentários servem de lição em como alguém se comporta, ele apenas propaga uma agenda ignorante, perigosa que tenta justificar esse comportamento detestável e perturbador", concluiu a atleta.

(Com informações do Extra)