As Nações Unidas alertaram neste sábado (11) que o mundo sofre hoje sua pior crise humanitária desde o final da Segunda Guerra Mundial, com o risco de que 20 milhões de habitantes de quatro países africanos sejam vencidos pela fome e desnutrição.
Stephen O'Brien, subsecretário-geral e chefe das operações humanitárias da ONU, advertiu o Conselho de Segurança depois de visitar o Iêmen, Somália, Sudão do Sul e Nigéria, todos atingidos por guerras.
Ele fez um pedido à mobilização geral para angariar US$4,4 bilhões até julho, "para evitar uma catástrofe". Segundo O'Brien, "sem esforços coletivos e coordenados globalmente, as pessoas simplesmente morrerão de fome. Muitos mais sofrerão e morrerão de doenças", disse.
Fome, caos e violência
Atualmente, o Iêmen é cenário da "pior crise humanitária no mundo". Dos 18,8 milhões de habitantes, 2/3 precisam de assistência e mais de sete milhões "não sabem de onde virá seu próximo alimento", indicou o O'Brien, lembrando os deslocamentos maciços da população devido aos combates entre forças do governo e rebeldes xiitas huthis. O conflito já deixou mais de 7.400 mortos e 40.000 feridos desde março de 2015, segundo a ONU.
No Sudão do Sul, O'Brien encontrou "a situação pior do que nunca" devido à guerra civil que atinge o país desde dezembro de 2013, e responsabilizou as partes beligerantes pela fome no país. Mais de 7,5 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária em um país que tem 3,4 milhões de deslocados.
Na Somália a situação não é menos dramática, com mais da metade dos seus 6,2 milhões de habitantes precisando de assistência e proteção, incluindo 2,9 milhões ameaçados pela fome. Cerca de um milhão de crianças menores de cinco anos sofrerão desnutrição grave neste ano, calcula a ONU.
A Somália vive há três décadas uma situação de caos e violência, causada por milícias de clãs, grupos criminosos e a insurreição de islamistas do grupo Al-Shabaab.
O nordeste da Nigéria, foco de uma insurreição dos extremistas do Boko Haram desde 2009, é golpeado pelo aquecimento global e pela má governança. Mais de 10 milhões de pessoas requerem ajuda humanitária, das quais 7,1 milhões enfrentam uma "grave precariedade alimentar", constata o relatório do enviado da instituição.
(Informações da AFP)
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