A três dias da estreia nos EUA do filme "Snowden", do diretor Oliver Stone, o próprio Edward Snowden, 33 anos, ex-colaborador da NSA (Agência de Segurança Nacional), que revelou, em 2013, o amplo esquema de espionagem do governo americano, pediu ao presidente Barack Obama que lhe conceda o perdão.
Snowden está asilado na Rússia há três anos, após ter vazado milhares de documentos que trouxeram à tona o sistema de vigilância mundial americano. Nos EUA, que querem sua extradição, ele foi acusado de furto de propriedade do governo e de revelar informações secretas de defesa nacional e de inteligência.
Em entrevista ao jornal britânico "The Guardian", nesta terça-feira (13), por videoconferência a partir de Moscou, ele disse que o vazamento não só foi moralmente correto como também foi para o bem dos cidadãos.
"Se não fosse por esta divulgação, por essas revelações, estaríamos em uma situação pior", declarou. "Sim, há leis que dizem uma coisa, mas para isso existe o poder do perdão, para coisas que parecem ilegais no papel, mas que, quando examinadas do ponto de vista moral, da ética, quando vemos o resultados, parece que eram necessárias."
A ideia de Snowden é que o presidente o conceda o perdão antes de deixar o posto, em janeiro. Em 2014, no entanto, Obama já havia dito que "a forma como as informações foram reveladas causaram mais mal do que bem".
Snowden, cuja permissão de residência na Rússia vence no próximo ano e que nas últimas semanas tem criticado seu anfitrião, o presidente russo Vladimir Putin, disse que está preparado para passar um tempo preso. Sua pena nos EUA pode chegar a 30 anos. de prisão
"Estou disposto a fazer muitos sacrifícios pelo meu país", afirmou.
Em 2015, a Casa Branca rejeitou um pedido assinado por 150 mil pessoas para que perdoasse Snowden.
O filme de Stone, no qual o ex-técnico da NSA será interpretado pelo ator Joseph Gordon-Levitt, estreia nesta sexta-feira (16) nos EUA.
(Folhapress)
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