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“Perdi dois bebês e adotei um recém-nascido”

A mamãe Aline Della Testa, de 35 anos, compartilha seu percurso de dor após duas gestações interrompidas por conta da trombofilia e relata como o Matheus, que hoje tem 11 meses, chegou à sua vida por meio da adoção. Confira: “Sonhei muito com o dia em que

A mamãe Aline Della Testa, de 35 anos, compartilha seu percurso de dor após duas gestações interrompidas por conta da trombofilia e relata como o Matheus, que hoje tem 11 meses, chegou à sua vida por meio da adoção. Confira:

“Sonhei muito com o dia em que me tornaria mãe. Eu me casei aos 21 anos, mas só aos 29 comecei a tentar engravidar. Depois de um ano sem sucesso, falei com o meu marido sobre o meu desejo de adotar. Ele pediu um tempo para pensar e seis meses depois entramos na fila da adoção.

Fizemos então a inscrição, participamos do curso para adotantes, fomos atendidos pela psicóloga da Vara de Infância e recebemos em nossa casa a visita da assistente social. Depois de um ano, o juiz expediu a autorização que nos tornava aptos a adotar.

Nesse meio tempo, eu engravidei. Mas eu nunca desisti da adoção. Eu pensava que teria a Ana Luísa e, depois de algum tempo, eu receberia a ligação para buscar meu segundo filho. Só que não foi isso que aconteceu. Estava com 32 semanas de gestação e tudo ia muito bem, até que num domingo eu achei que minha bebê estava muito quietinha. Fui ao pronto socorro e recebi a pior notícia da minha vida: a Ana Luísa havia morrido. Foi o período mais triste que vivi!

Seis meses depois, engravidei novamente. Mais uma vez sonhei em ter um bebê e, dali a algum tempo, adotar meu segundo filho. Mais uma vez tive de enfrentar a perda, dessa vez mais precoce, com 12 semanas de gestação. A primeira perda me deixou arrasada, mas a segunda me deixou imensamente revoltada. Foi uma época muito difícil. Quando olho pra trás, parece que foram meses em preto e branco, sem nenhuma cor.

Comecei então uma investigação para entender o que havia acontecido. Os médicos chegaram ao diagnóstico: trombofilia. Eu poderia, no entanto, tentar engravidar novamente, com a ajuda de anticoagulantes. Retomamos os planos, mas confesso que meu coração dizia que eu seria uma mamãe muito feliz de um bebê adotivo.

Quando fizemos nossa inscrição para a adoção, optamos por uma criança de até dois anos, porque queríamos viver o máximo de fases da vida desse bebê e, por isso, torcia por um recém-nascido. Eu pensava no bebê que estava por vir e enviava amor a ele. Acredito que ele sentiria o meu amor onde estivesse e, no dia certo, estabelecido por Deus, nós iríamos nos encontrar.

De vez em quando, eu dava uma passadinha na Vara de Infância. Esperava que me dessem uma boa notícia, dizendo que a fila havia andado muito, que minha vez estava chegando, mas a fila continuava grande. Foram três anos e meio de espera.

Um dia me bateu um vazio muito grande dentro do peito, uma tristeza já descrita como a ‘dor dos braços vazios’. Saí e comprei um brinquedo e uma roupinha de bebê. Eu não sabia, mas naquele dia meu bebê já estava sendo gerado no ventre de sua genitora.

Era um dia comum e minha vida estava prestes a mudar. O telefone tocou. Uma funcionária da Vara de Infância me disse que meu bebê havia nascido: um menino. Eu desabei! Sentei no chão, chorei, agradeci a ela em meio às lágrimas. As lágrimas eram de felicidade, de muita felicidade.

Liguei para o meu marido e nos encontramos na Vara de Infância. Ainda não pudemos levá-lo pra casa, porque o juiz ainda não havia autorizado. Então fomos fazer o enxoval dele. Em um único dia compramos tudo. Foi muito especial. Naquela noite eu não dormi, passei em claro imaginando o rostinho dele, como seria pegá-lo nos braços e trazê-lo para casa no dia seguinte.

No horário marcado voltamos lá. Aguardamos algumas horas até que o juiz assinasse a autorização e, então, o momento mais esperado chegou. Fomos buscá-lo. Quando eu olhei para aquele rostinho, dentro de mim aconteceu um misto de sentimentos, uma avalanche de amor, ternura, cuidado e vínculo. Ele era nosso filho e nós éramos os pais dele.

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De alguma forma, eu acredito que todo amor que eu senti enquanto sonhava em tê-lo nos braços chegou até ele mesmo antes de nos encontrarmos e aquele momento foi só nosso primeiro encontro físico. O amor que nos envolve já nos impregnava desde sempre.

Após a chegada do Matheus, nossas vidas mudaram completamente. Ele é um bebê maravilhoso, risonho e carinhoso, que enche as nossas vidas de alegria. Eu sabia que a maternidade mudaria nossa rotina, mas não imaginava o tamanho do impacto, embora seja natural, espontâneo e delicioso.

Antes de ser mãe, eu pensava em ter dois ou três filhos. Após o nascimento do Matheus, mudamos de ideia. Poderíamos tentar engravidar apesar da trombofilia ou entrar novamente na fila para adoção, pois já estamos habilitados. Mas estamos tão realizados como pais e o Matheus nos completa totalmente.

Penso em contar para o Matheus sobre a adoção com carinho e naturalidade. Não tenho a menor intenção de esconder sua origem porque essa é a nossa história e é bonita do jeito que é. Eu desconheço os motivos que levaram a mãe biológica do Matheus a decidir por entregá-lo, mas graças a ela eu pude realizar meu maior sonho. Então, eu oro por ela, sou grata pela vida desta mulher que gerou o meu filho.

Cada dia de sonho, ansiedade e lágrimas valeu a pena. O dia da felicidade enfim chega”.

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Fonte: Bebê Abril

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