AVC: um mal repentino e perigoso

Se o seu corpo está perdendo força subitamente em partes, como a face, braço ou perna, cuidado: você pode estar sofrendo um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A doença está entre as 3 que mais matam no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 70 mil pessoas são acometidas do problema por ano no País.

Causado por um defeito neurológico súbito nos vasos sanguíneos do cérebro, o AVC ou “derrame”, com é popularmente conhecido, pode ocorrer em todas as idades, mas atinge principalmente os idosos. Entre as principais causas está a hipertensão arterial, arritmia cardíaca, infarto do coração, doença nas válvulas cardíacas, tabagismo, diabetes, sedentarismo e excesso de gordura no sangue.

A doença pode ser isquêmica ou hemorrágica. A primeira é mais comum e causada pela obstrução ou redução brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral. Já a segunda ocorre com sangramento devido ao rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro.

Mestre em neurologia pela University College London, o médico Daniel Tomedi ressalta que o AVC pode ser evitado com práticas simples do cotidiano. Entre elas, atividade física diária e dieta saudável. Outra dica é observar se a pessoa tem um ou mais fator de risco. “Melhor do que tratar o AVC é preveni-lo com a adequação dos hábitos de vida diária”, ressalta.

QUESTÃO DE HORAS

Para quem sofre de AVC a dica mais importante é quanto ao atendimento. Neste caso, cada segundo perdido pode deixar sequelas graves e até levar à morte. Se houver rapidez no atendimento, até 4,5 horas do início dos sintomas, a trombólise (tratamento de dissolução do coágulo) é uma importante opção para alguns pacientes.

Quanto mais precoce o tratamento, melhor será o seu efeito, reduzindo a chance de sequelas. “O tempo para tratar é limitado. Pessoas com AVC tem maior probabilidade de sobreviver e obter melhores resultados funcionais se forem admitidos em unidades equipadas”, lembra Tomedi. Segundo ele, essas unidades devem ser formadas por médicos, enfermeiras e vários tipos de terapeutas experientes. Algumas pessoas que sobrevivem podem ter alguma incapacidade pós-AVC.

As mais comuns são alterações comportamentais e cognitivas, dificuldades na fala e para se alimentar, epilepsia e outras implicações. Embora a reabilitação não recupere os danos cerebrais, ela pode melhorar consideravelmente a capacidade funcional e qualidade de vida.

(Leidemar Oliveira)