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Começo pelo design antes de chegar à música

Pesquisar música, propriamente, é algo que Ata Wallpa só passou a fazer quando começou a tomar a música como referência para o design. Isso aconteceu quando ele ainda morava na Argentina, antes de vir para o Brasil. O então designer percebeu que a música

Pesquisar música, propriamente, é algo que Ata Wallpa só passou a fazer quando começou a tomar a música como referência para o design. Isso aconteceu quando ele ainda morava na Argentina, antes de vir para o Brasil. O então designer percebeu que a música era grande fonte de referências não só sonoras, mas também visuais e conceituais.

“E assim terminei indo mais para o lado da música que do design. Sou estilista formado, bacharel em Design, mas trabalho com música”, ri ao contar.

E a ideia do pesquisador hoje não é necessariamente transferir a música pelo design, muito menos o design que visa criar produtos. “O que posso dizer é que fiquei muito mais ligado em como a arte paraense, a exemplo das cuias, dos braceletes que são feitos com essas bolinhas de plástico, têm uma semelhança muito grande com os que têm na Amazônia equatoriana”, explica.

“Acho que vocês têm um acervo inesgotável de riqueza visual e que tem que ser aproveitado, mas com respeito e sem fazer apropriação cultural. Uma coisa é pesquisar, valorizar, difundir esse acervo, e outra é comercializá-lo. Acho muito importante saber marcar essa linha divisória”, defende.

LONGE DA GRANDE INDÚSTRIA

Entre os elogios feitos ao nosso acervo visual e musical, Ata Wallpa afirma dar preferência pelo menos conhecido. “Me amarrei bastante nos bregas que normalmente não saem do Pará, como a Banda Batidão, AR15, mais por essa galera.

Também foi fundamental assistir ao documentário ‘Brega S/A’ (de Vladimir Cunha), que esclareceu muito o que estava acontecendo aqui no mercado da música, como cena cultural independente das indústrias do Sul, que poderiam ser mais globalizadas, hegemônicas.”

E para quem já passou por diversos países, o interessante foi ver ainda mais semelhanças. “Vi um paralelismo com o que acontece com os cantores mexicanos, com os picos do caribe colombiano (estruturas de som semelhantes às aparelhagens paraenses). Vêm todos da cultura do ‘sound system’, que é você pôr as suas caixas de som, trazer um DJ com um par de vinis ou ainda, agora, com fontes digitais, e fazer sua festa popular na rua”.

Isso provou ao pesquisador o quanto essas linguagens populares marginais da América Latina têm pontes entre elas, e que não importa como se desenvolvam, todas chegam aos mesmos lugares.

Enquanto Ata Wallpa se apresentava na Galeria Gotazkaen, em Belém, foi fácil para o público ver o mesmo. Conforme ele tocava diversas cumbias, de diferentes formas e cidades, alguns diziam achar já ter ouvido aquela melodia, mas em algum brega.

“É um intercâmbio muito grande, não é estranho, não é esquisito achar essas pontes que a gente já sabia que existe”.

(Diário do Pará)

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