Projeto pode ter versão estendida

O documentário tem duração de 15 minutos e foi realizado por meio do Edital de Apoio Para Curta Metragem “Curta-Afirmativo: Protagonismo Da Juventude Negra Na Produção Audiovisual”, de 2012, da Secretaria do Audiovisual, do Ministério da Cultura (MinC). Mesmo com tal apoio, o processo de realização todo foi intenso e complicado, segundo afirma o diretor.

“Sempre há dificuldades, porque documentário é um gênero imprevisível. Diferente da ficção, você não tem como antever, tudo acaba se delineando ao longo do processo. Um personagem acaba se desenvolvendo mais do que outros, de forma inesperada, por exemplo. E houve também a questão da logística para se deslocar. Chegamos a ter que caminhar por trilhas de mais de 4km na areia fofa, carregando equipamentos, tudo para chegar até um mestre. Mas a gente ia de bom grado”, garante. “A proposta sempre foi deixar com que o elemento humano ficasse em primeiro lugar, assim como sua arte, o lugar onde vivem, já que não é possível dissociar. O mar é de onde vem a inspiração, o imaginário deles”, completa o diretor.

Ao todo, foram registradas cerca de 10 horas de filmagem, que posteriormente podem ser usadas para lançar uma versão estendida. “Não vale a pena deixar um material com esse valor guardado, apesar de eu achar que nesse documentário chegamos a uma versão bem resolvida”, considera Artur. O vídeo ainda faz parte de um projeto maior, que pretende percorrer toda a região conhecida como Salgado Paraense. A motivação é a necessidade de documentar a excelência artística da manifestação popular e de seus mestres, desconhecidos do grande público local e nacional.

(Diário do Pará