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Máscaras da alegria popular

Tudo é diferente e encantador no cordão “Última Hora”. O cortejo é feito sobre barcos, a exemplo da festa que deu origem à tradição, em 1934. Na época, Dona Cornélia Raniere e seu irmão Atílio, moradores da região do Tem Tem, nas ilhas de Cametá, inspirad

Tudo é diferente e encantador no cordão “Última Hora”. O cortejo é feito sobre barcos, a exemplo da festa que deu origem à tradição, em 1934. Na época, Dona Cornélia Raniere e seu irmão Atílio, moradores da região do Tem Tem, nas ilhas de Cametá, inspirados nas folias do Zé Pereira e nas brincadeiras carnavalescas portuguesas do começo do século disseminadas no Brasil, organizaram uma festa surpresa para uns amigos. Para isso, fabricaram as máscaras de papel machê, organizaram uma banda composta com instrumentos como o clarinete, flauta, banjo e montaram uma encenação que incluía personagens como mascarados, fofoqueiros e palhaços.

“Tudo começou em uma festa de aniversário e uns dez amigos se reuniram para fazê-la. Foi quando veio a ideia de investir nas máscaras para vestir os homens de mulheres e as mulheres de homens. O pessoal fez máscaras improvisadas na hora e foram fazer a surpresa no casco a remo, que levava 10 pessoas. Aconteceu a festa, a apresentação e no outro dia resolveram que isso renderia um cordão e batizaram como ‘Última Hora’ já que tudo foi feito dessa forma”, esclarece Vital II.

Hoje, apesar do nome, nada é feito assim. A alegria de Vital II é organizar esse carnaval e ele se orgulha de fazer parte dessa história que criativamente se reinventa a cada ano. “Comecei a dançar com idade de 10 anos, vestido de mulher, porque neste tempo a tradição era assim: os homens se vestiam de mulher porque elas não podiam participar. Hoje, já pode. Nosso bloco é composto de 40 pessoas, 20 homens e 20 mulheres. Além disso, tem o personagem do Velho e da Velha, que são jovens mascarados para representar os idosos, tão importantes para nossa sociedade. Os outros personagens, é nossa criatividade que diz o que vai ser. Criamos a cada ano algo novo, mas os velhos e os palhaços são fixos”, revela Vital. “Faço quase todas assim, reaproveitando material, mas a do palhaço ainda faço de barro. Deixo a minha cabeça dizer como vai ser cada um: uns com a boca torta, outros com olhos maiores. No final, abuso da tinta para deixar tudo bem colorido”, diz, orgulhoso, o mestre Vital II, diante de suas criações.

O filho Rodrigo, além de ator, toca tarol no cordão e encarna com alegria os personagens que seu pai lhe oferece. Diz que tem interesse em dar continuidade ao folguedo que tanto dá orgulho ao seu Vital II. O jovem fez questão de encerrar essa conversa, recitando o verso do personagem que viveu no último carnaval, o Panema:

“Me chamam de Panema/ Mas de Panema não tenho nada/Sou muito querido/Fui batizado por uma fada/Por toda parte que ando por aí/Eu tenho uma namorada”, canta, tímido.

(Diário do Pará)

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