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Walda Marques abre exposição sobre Belém

Aonde se refugia o silêncio dentro de uma metrópole? Belém ainda guarda resquícios de tranquilidade em meio ao trânsito pesado, à paranoia coletiva promovida pela violência, à desorganização urbana de uma cidade que insiste em crescer desordenada? A fotóg

Aonde se refugia o silêncio dentro de uma metrópole? Belém ainda guarda resquícios de tranquilidade em meio ao trânsito pesado, à paranoia coletiva promovida pela violência, à desorganização urbana de uma cidade que insiste em crescer desordenada? A fotógrafa paraense Walda Marques se propôs a buscar a calma em meio caos de uma cidade cada vez menos bucólica.

Em comemoração aos 399 anos de Belém, ela inaugura hoje, às 17h, a exposição fotográfica “A Cidade em Silêncio”. A mostra será aberta no Armazém 2 (Boulevard Gastronomia), na Estação das Docas. A curadoria é de Emanuel Franco e a visitação é gratuita.

Segundo a artista, “A Cidade em Silêncio” é especial porque desvela uma metrópole independente, que existe alheia aos problemas criados por quem vive nela. “É um trabalho diferente, que não tem personagens. A grande personagem é a cidade. Pude experimentar e fazer fotografias com celular, usando aplicativos do próprio smartphone. Acredito que misturar estas tecnologias me possibilitou criar algo novo e interessante”, comenta.Para Walda, o “silêncio” que ajuda a compor o nome da exposição corresponde a um exercício necessário que todos deveriam fazer. “Ao mesmo tempo em que a cidade é barulhenta, Belém tem uma aura que a faz permanecer parada no tempo. Esse silêncio é fundamental para que a gente respeite o tempo das coisas. Sobretudo quando fazemos fotos, precisamos do silêncio para treinar nosso olhar”, fala.

Ela chama atenção para o fato de que Belém é uma metrópole de contradições. “Ao mesmo tempo em que a cidade é decadente, é elegante. Mesmo quando tem muito barulho, há locais silenciosos. Nas férias, Belém perde o tráfego e fica vazia, parecendo cidade fantasma. Mesmo tendo condomínios luxuosos, há uma brisa que vem da periferia, rica musicalmente e onde se come bem.

A poesia está nos contrastes”, ressalta.Na opinião da fotógrafa, a capital paraense não sabe crescer e ignora seu passado. “O lado histórico da cidade, apesar de abandonado, ainda resiste. É importante nós olharmos para essa questão porque não é apenas construir, precisamos preservar a cidade”, observa. Walda conta que sua inspiração vem da descoberta, da possibilidade de surpresa.

Foi assim, partindo da inquietação, que ela registrou azulejos, fachadas, a periferia e até o Ver-o-Peso, que nunca dorme, em silêncio. “Belém é uma cidade interessantíssima. Temos muitas riquezas escondidas, só precisamos encontrá-las”, completa.Em “Difícil Fotografar o Silêncio”, o poeta Manoel de Barros diz em certo trecho: “(...) Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei o sobre. Foi difícil fotografar o sobre (...)”. Walda foi além de fotografar uma paisagem velha ou a casa/cidade que nos abriga. Ela fotografou o sobre. Como Barros conclui em um dos seus poemas mais famosos: “A foto ficou legal”.

Serviço: Exposição - TEMPO PARA VER “A Cidade Em Silêncio”, de Walda Marques. Abertura: neste sábado (17), às 17h. Visitação: Até 12 de fevereiro, das 10h às 22h, no Armazém 2 da Estação das Docas (Av. Boulevard Castilho). Entrada Franca.

(Diário do Pará)

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